Construir o futuro implica conhecer o passado

Da série Recordar é Viver…

A questão é: depois que o Tancredo deixou o Montoro (e o Brizola…) falando sozinho no palanque da diretas, foi ao inferno e em lá estando abraçou o capeta (ou seja, negociou a transição com os militares e a ARENA, trouxe Sarney para o campo democrático e montou um frágil porém eficiente esquema militar), a Nova República, já há algum tempo sabemos, nasceu velha.

Havia outro caminho? Não sei, e não creio.

Na época me mantive fiel às diretas e ao Montoro, um grande estadista que soube como ninguém que aquele não era seu caminho e não mais o seu momento, mas aplaudi e chorei de emoção e felicidade com a vitória de Tancredo no Colégio Eleitoral.

E de tristeza quando ele morreu, levando consigo a possibilidade de compreensão, gestão e sustentação daquele castelo de cartas que ele havia montado.

A pergunta que se faz é…
Será que não é chegada a hora de, finalmente, reorganizar o sistema político e rever o pacto montado pós-ditadura? Afinal, já lá se vão 30 anos!

Punir corruptos que vêm se aproveitando das fragilidades institucionais brasileiras neste período é um excelente começo. Punir exemplarmente corruptos contumazes é melhor ainda…

Mas discutir abertamente as mazelas e expor as chagas para não errar novamente e construir o futuro, não tem preço.

Valter Caldana

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