Eu procurei muito um candidato a prefeito de São Paulo que prometesse, na campanha, arrumar mais um bilhão 1.000.000.000,00 de reais para investir em educação. Não achei.
Ganhou o atual prefeito, em primeiro turno, que vai gastar R$1.000.000.000,00 em subsídio para o transporte se propondo a cortar leite, uniforme e transporte de crianças para a escola.
Que fique claro que esta escolha não é dele. Dele era a proposta. A escolha deixa de ser dele depois que foi referendada nas urnas! É uma escolha da sociedade. Esta valendo e é legítima.
Porém, um dos exemplos que utilizo em aula para mostrar aos alunos que a cidade deixou há muito de ser cenário inanimado para ser agente dinâmico na vida do cidadão é o fato de que a própria cidade viabiliza ou impede a efetivação de uma política pública, por melhor que ela seja. É o caso da violência contra a mulher.
Costumo mostrar-lhes que ainda que o ministério público tenha um belíssimo serviço de atendimento à mulher vítima de violência e a polícia civil as delegacias da mulher, tão importantes, às vezes para uma mulher que, depois de apanhar e ser agredida de diversas formas ainda tem que sair de casa, andar 20 minutos para pegar um ônibus, para depois pegar outro que a levará a um metro ou ainda outro que a levará ao serviço que necessita, lhe custando duas horas para ir, duas horas para voltar, a perda do dia de trabalho e provavelmente outra surra quando voltar para casa, isto não é um problema da política pública…
Isto é um problema de urbanismo, de desenho urbano, de uso do solo…
Espero, mesmo!, que o atual prefeito não me permita usar o acesso de crianças e jovens à escola como exemplo…
Valter Caldana