O ambiente não compensa 02

Um bom texto explicativo do uso de muros verdes pela Prefeitura de São Paulo,
da Cláudia Vissoni.

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Agora está explicado.

Em 2009, na gestão Kassab, foi autorizada a derrubada de uma mata nativa no Morumbi para a construção de prédios. Isso já é um absurdo, uma vez que são poucos e inestimáveis os remanescentes florestais em São Paulo. Mas o Plano de Compensação Ambiental previa a criação de 4 parques na região: Horto Ipê, Paraisópolis, Morumbi Sul e Itapaiúna.

Em 2015, na gestão Haddad, a compensação foi substituída. Em vez de ganhar 4 parques, a cidade ganharia 8 paredes verdes. Obviamente 4 parques são muito-muito-muito-muito mais valiosos para o meio ambiente e a saúde da população do que 8 paredes verdes.

Em 2017, na gestão Doria, parte do dinheiro da compensação ambiental está sendo usado para a parede verde em construção na 23 de maio. Não houve questionamento dos erros anteriores nem plano de reverter a situação. Sequer a promessa de que isso não acontecerá mais.

Na minha opinião erraram os 3 prefeitos. Nos diversos posts que fiz sobre o assunto a maioria dos comentários se refere a defender uma gestão e atacar a outra (além de me atacar também). É importante focarmos a atenção no que importa: uma mata nativa da cidade foi destruída para sempre. Jardins verticais temporários (são temporários porque basta ficar alguns dias sem manutenção ou irrigação que morrem) jamais serão capazes de compensar o dano.

Nossa cidade ficou mais desértica, seca, quente e poluída. A saúde física e mental dos paulistanos vai sofrer com isso. Em vez de fazer briga partidária, poderíamos estar discutindo sobre o que precisa ser feito para isso nunca mais acontecer.

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