A Folha traz matéria sobre os mais de dez dias parados da linha do monotrilho do metrô de São Paulo. Uma tristeza. Só há o que se lamentar.
Lamento por nós, lamento pelos usuários diretos e lamento, muito, pelos colegas envolvidos nesta aventura, nesta barca furada, neste ‘trem’ parado.
Lamento, mas não por esta falha.
Isto, no universo tecnológico, acontece.
Afinal, quando você é um dos únicos (único?) no mundo a usar uma tecnologia que não foi desenvolvida para o uso que você quer dar a ela, você assume, voluntariamente, este tipo de risco. Faz parte do pacote você ser a cobaia.
Mesmo quando está claro que (exagerando um pouco?) você está colocando um ‘people mover’ de estacionamento de shopping e parque de diversões para fazer o papel de um modal de média alta capacidade…
Mesmo quando você faz no alto o que poderia ser feito no chão por um preço muito menor…
Afinal, ser cobaia não é mal. Alguém tem que ser, não é mesmo?
Além do quê, há sempre o risco de dar certo.
Lamento, mesmo, é por estarmos, e estarem, no meio desta tempestade que foi armada por motivações políticas e não técnicas.
E não, não me refiro a motivações políticas públicas de mobilidade.
Tomara que descubram e superem logo o defeito.
Valter Caldana