Muita gente dizia que colocar o teto de gastos num país que já tem a lei de responsabilidade fiscal seria bom e não afetaria nem o desenvolvimento, nem a manutenção de serviços essenciais.
Pois bem. A gravidade e a longevidade de nossa crise nos anos 1980 se deveu, entre outros, por que nossos acordos com o FMI impediam despesas com infra-estrutura, manutenção e ou instalação.
O resultado prático nós conhecemos. Hoje temos um déficit insuperável em infra-estrutura, a começar pelo suicida déficit em saneamento básico (preste atenção no mone, básico), passando por transportes (continuamos a perder perto de 20% da safra, fora a demora) chegando em portos e coisinhas mais simples.
O teto de gastos faz o mesmo efeito que o ‘acordo’. Nos condena às trevas, à insalubridade e à ineficiência.
Outros diziam que o teto era só um bode na sala para espantar políticos. Em geral, os mesmos que diziam (parece que alguns ainda dizem) que o presidente fala coisas mas não faz, que não é perigoso…
Estes só não notaram que o bode é um leão faminto.
Valter Caldana