Metros e metros, léguas e léguas

ou como nem sempre é bom
medir o mundo

Existe uma métrica que é muito pouco divulgada. Mesmo na década de 1980, quando estávamos a milímetros da dolarização plena da economia que o Brasil sempre conseguiu, sabiamente, disfarçar criando dólares falsos oficiais – BTN, ORTN, OTN, UFIR, tabiltas e tabelas.

Talvez por ter evitado a dolarização explícita, a métrica a que me refiro não seja tão clara e disseminada e, por iso, assimilada pela sociedade, que fica à mercê…

Sendo o Us$ a moeda padrão, a moeda franca, ele é, obviamente, um padrão. Ele é um metro, por assim dizer.

E é um metro que diz que quando sua relação é 1:1, você está no ponto de equilíbrio da qualidade de vida possível pelo sistema que vige. Por óbvio, isto fica a cargo do país que tem o maior poderio bélico do planeta, um dos maiores territórios, a maior economia, a maior dívida pública, a mais desenvolvida pesquisa, a maior auto-estima e o maior ego. É natural.

Mas, voltando, temos então o 1:1. O Euro, eurocêntrico como uma velha senhora, se sente superior… a vida lá é pelo menos 10% melhor que nos EUA… e assim por diante.

Quando nosso Realzinho de todo dia está nos famosíssimos 1:2,70 tido por muitos como a relação mais equilibrada, isto significa que nossa qualidade de vida sistêmica é duas vezes e meia pior que o ponto de equilíbrio ‘acessível’ pelo sistema.

Quando esta relação dobra, isto significa que nossa qualidade de vida está 5,5 vezes pior do que a média possível no sistema.

A questão é…

Quanto o dólar a 5,25, e subindo, é mais prejudicial, provocará maiores quebradeiras e eliminará setores inteiros da economia do que uma quarentena forçada com salários e giro garantidos pelo tesouro e financiados por parte dos juros a pagar sendo contingenciada (eu não disse ‘calotizada’)?

Bem, é isso…
Bom dia.

Valter Caldana

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