O mundo, e o Brasil faz parte dele, desde o Renascimento vive sob a égide de algumas ditaduras corporativas…
Estes últimos, economistas e o pessoal do marketing, criaram um personagem, bastante ativo, onipresente e onisciente, através do qual se comunicam com a sociedade, que chamaram de Mercado. Repaginaram um conceito antigo, muito antigo e lhe deram vida. Ainda que abstrata, esta persona é ativa, voraz e severa…
Assim sendo, aprendemos que as ações de governo, e do próprio Estado, devem se condicionar aos interesses do Mercado. Que pauta e avalia estas ações exteriorizando sinais que são lidos pelos especialistas … em Mercado!… e que traduzem para o governos (e para a sociedade) seus humores indicativos.
Ou seja, os governos e o Estado deixam de formular políticas e planos, de longo e médio prazos, para se aterem a programas e ações de curto e curtíssimo prazos, que vão evoluindo e variando de acordo com os tais humores.
A prioridade para os governos é se preocupar com o Mercado e seu bem estar através da leitura de suas reações. E a sociedade passa a utilizá-las, inclusive, para fazer as suas escolhas quanto à qualidade dos governos de plantão e sua efetividade.
Bem, a pergunta é, e não está diretamente relacionada ao governo federal que assumiu ontem: já que nos últimos vinte e cinco anos, ou mais, o país se preocupou prioritariamente com o Mercado, existe alguma possibilidade do Mercado, hora destas, passar a se preocupar com o país?
É pouco provável, eu sei, pois o Mercado é volátil e tansnacional, elevando ao máximo a antiga máxima de que dinheiro não tem pátria.
Mas, vale lembrar, não obstante, tem preferências!
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em tempo: obrigado a quem leu o texto todo. Agora preciso sair e ir ao mercado, pois depois das festas a geladeira está vazia…
Valter Caldana