É MEU É SEU É NOSSO É DE TODOS É DE NINGUÉM

Lido com arte, profissionalmente, há mais de quarenta anos. Arquitetura é Arte.
Posso dizer com serenidade que uma das coisas mais difíceis de se aprender neste nosso ‘ramo’, a arte, é separar autor e obra.
Quando se consegue atingir este nível de maturidade e este grau de complexidade, tudo fica mais claro, mais simples e faz muito mais sentido, pois fronteiras são atravessadas, limites são superados.
Depois deste passo vem um ainda mais complicado, porém proporcionalmente necessário. Este segundo movimento é o que permite compreender e entender que a separação autor e obra não diz respeito apenas à terceiros, a quem frui.
Diz respeito, também, à própria relação do autor, ou autora, e sua obra. É comum, muito mais do que se imagina, um autor não realizar, não perceber a dimensão de sua própria obra.
É um ovo de Colombo. Por certo a proximidade entre ambos, autor e obra, assim como o incontestável protagonismo da sensibilidade e da intuição sobre sobre racionalidade e a técnica no processo de produção, características que se equilibram numa frágil equação, tornam esta incompreensão da plena dimensão da obra pelo próprio autor mais do que obvio. É previsível, até.
Mesmo que a obra tenha mais de sessenta anos e o autor, mais de oitenta!!!
….
Um famoso autor, poeta do cancioneiro brasileiro disse um dia, sobre uma sua obra usada pela ditadura que ela era assim como uma ‘filha que se perde na vida’. Continua amada, mas esta perdida… Eita!!!
Perdida ou encontrada, o dato é

Valter Caldana

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