memórias
A Humanidade levou séculos, milênios, para construir um seu pensamento e relações inter-humanas e ambientais de alta complexidade. A isto se chama, simplificadamente, civilização.
Nestes momentos, os de sobrecarga, quando ela própria não consegue suportar a complexidade que criou, a sociedade se serviu do que popularmente se chama ‘freio de arrumação’.
São pontos de inflexão da trajetória (que para quem vive parecem ser períodos, às vezes longos…), quando se congela a complexidade, pois não consegue acompanhar a própria obra, e se apela para um binarismo tosco, quase animal. Um certo retorno às origens. Em português contemporâneo, ctrl+alt+del.
Pois bem, estamos num destes momentos/períodos, em que aparentemente jogamos fora milênios de evolução em troca de um primarismo assustador, porém simplificador. Mas, muito cansativo, extremamente agressivo.
A vantagem é que sempre jogamos tudo, primeiro, na lixeira, antes de apagar definitivamente. De lá, alguém sempre pegará alguma coisa e acabará reciclando para os novos arranjos, ainda mais complexos, que virão.
Como sempre digo, só espero que sejam clementes com nossa memória.
Valter Caldana