Toda concessão feita por motivação ideológica, não por motivação técnica, torna o futuro nebuloso. E, quando se dissipam as nuvens, o que se tem é a naturalização da perda.
Basta ver que no Brasil se privatizam o patrimônio e/ou a sua exploração. Não se quebra o monopólio, apenas se transfere do domínio público ao privado, em geral estrangeiro.
Por isso não se privatizam os déficits (gravíssimos, elevadíssimos), muito menos o risco do investimento. Estes, os déficits e o risco, continuam nossos, da sociedade, bancados pelo Estado. Ou seja, por nós mesmos, como sempre.
O Capitalismo Sem Risco e o Liberalismo Monopolista são invenções genuinamente brasileiras.
Capitalismo na veia, que nunca conseguimos, não tem nem para remédio. Aliás, hoje em dia, nem para remédio mesmo!
Valter Caldana