Roberto Gomes Pedrosa*

Rio 450 anos, e renascendo! (veja vídeo)

Então, é assim…

São paulo conquistou a hegemonia econômica na virada da II guerra, e a consolidou, em linhas gerais, na década de 60.
Nos últimos 60 anos nos nos jactamos de termos conquistado esta hegemonia econômica, além da cultural e política, por nossa própria competência e espírito empreendedor. “Vambora, bambora, tá na hora, vambora” … Às vezes nos esquecemos que esta é uma verdade parcial.

Sim, tivemos Carvalho Pinto, Paulo Egídio, Montoro e Covas à frente de governos que deram mais valor à inovação, ao planejamento e à preparação de estruturas permanentes que à coquista de louros fáceis e de consumo rápido. Que estruturaram nossa máquina administrativa com solidez e competência para atravessar momentos de crise aguda com firmeza técnica e conceitual.

Mas nos esquecemos que o outro lado desta moeda é que São Paulo soube se aproveitar de um modelo fortemente concentrador de recursos, renda, riqueza e inteligência. E que, no mesmo período – 1960/2000 – o Rio de Janeiro mergulhou numa crise profunda, com a perda da condição de Capital Federal em 1960 e depois com a fusão da Guanabara com o Estado do Rio em 1974/75, que o obrigou a se reconstruir, do ponto de vista administrativo, econômico, cultural e político duas vezes em 30 e poucos anos.

Neste momento acompanhamos com grande alegria um verdadeiro renascimento do Rio de Janeiro.
Mas com proporcional preocupação vemos a mediocrização de nossas administrações, que deixam de lado nossa, talvez, maior característica, construída ao longo do século XX por migrantes e imigrantes, europeus, asiáticos e nordestinos, que é o destemor diante dos desafios do empreendimento humano.

O caso do nosso minhocão é uma pequena vírgula nesta conversa.Simbólica, emblemática, definidora das próximas décadas da cidade, mas de fato pequena diante do todo. A ele se somam de um modo ou de outro, todas as políticas públicas que nos mantinham em posição de liderança (hegemonia?) e que hoje se mostram em eminente colapso – educação, segurança, transporte, habitação, saúde, meio ambiente…
Faço aqui uma proposital confusão entre município (minhocão) e estado (políticas públicas) pois este é, também, um dos problemas que temos que enfrentar e resolver com urgência.

O que estamos fazendo como construção de nosso nosso futuro? Quais são as políticas, programa, projetos de longo prazo, destemidos, corajosos, que enfrentam e reinventam nosso Estado e nossa Capital?

Valter Caldana

* Roberto Gomes Pedrosa, jogador (goleiro do Botafigo/RJ, da Seleção Brasileira de 1934 e do SPFC) e dirigente (presidente da FPF) é o nome dado aos memoráveis torneios RIOxSÃO PAULO de futebol nas décadas de 1950 e 1960.
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