Acordar é fazer acordo?

Nossa crise econômica e política nem é tão grave quanto nossa crise ética e moral, de identidade.

Seja quem foi que armou esta situação, inimigo externo, traidores internos, extra-terrestres, o fato é que fez um servicinho de primeira.

Senão vejamos…

Uma parte do centro e a direita perdem a eleição e para voltar ao poder apoiam e participam, agora já despudoradamente, de um governo composto, em primeiro escalão, por bandidos. (Imagina o que vem do segundo ao quarto escalão…)

Outra parte do centro e a esquerda tomam uma coça em estratégia política, são escorraçados eleitoralmente, destroçados pela mídia e continuam afogados em sua própria soberba.

Os nacionalistas se vêem obrigados a rociferar contra um claro ataque internacional aos interesses brasileiros no cenário mundial mas para isso acabam se vendo na posição de defender empresários absolutamente inidôneos que atentam cotidianamente contra estes mesmos interesses nacionais, corrompendo todo o sistema político, destruindo a natureza, menosprezando os direitos trabalhistas, etc…

Os nacional desenvolvimentistas se vêem na situação de terem apoiado e despejado dinheiro no colo, nas mãos e nos bolsos destes mesmos empresários aí de cima, além dos bancos e das multinacionais mais classicamente calhordas do planeta, que o usaram para seu deleite pessoal mandando às favas qualquer política de desenvolvimento nacional consistente e de longo prazo e, de quebra, mandando às favas também sua patrocinadora.

Os privatistas se vêem na situação de ter que apoiar a atuação destes mesmos empresários aí acima citados e ainda defender prestadoras de serviço com a qualidade das que temos nas áreas de energia, telefonia, infra-estrutura, transporte, abastecimento, sem falar que têm que defender a atuação de agências reguladoras que chegam ao limite do escárnio.

E os entreguistas, bem… estes estão onde sempre estiveram, rindo gostoso o riso fácil dos encantados e nadando de braçadas neste mar de lama.

Qual o pacto social, político, econômico, cultural, antropológico, ético, moral, deontológico chamado República que está regendo tudo isso aí?

Parece um pesadelo, e é. Mas me preocupo mesmo é com o seguinte: e se acordarmos??!!!???

Valter Caldana

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