O ambiente não compensa 05

Já se falou um bocado sobre as paredes verdes patrocinadas pela Prefeitura de São Paulo, em especial as que estão sendo construídas na avenida 23 de maio – diga-se de passagem um belo exemplo de obra viária em ambiente urbano.

O que talvez não esteja tão claro é que o problema não está na parede verde, está no uso oficial que se pretende dar a ela…

Parede verde é uma solução “caseira” mais velha que andar para frente, usual e na minha opinião até bem vinda. Esta versão mais moderna que a das nossas avós tem o inconveniente de serem mais caras e usarem mais água, além de químicos (não só borra de café e casca de ovo… risos) mas em compensação suportam mais espécies e ficam mais bonitonas. Apresentam, no entanto, o inconveniente maior de, por isso mesmo, terem uma manutenção bem cara!

O problema está, desde que o Haddad se encantou por esta solução, em achar que uma parede verde pode fazer parte da compensação ambiental, instrumento legal obtido a duras penas por um sem número de pessoas e depois de mobilizações de anos e anos…

Este é o absurdo. Uma parede verde sequer se aproxima da possibilidade de mitigar o impacto da poda de árvores ou de substituir uma que seja… além do que a manutenção da parede passa para a prefeitura poucos anos depois dela ser feita… ou seja – desmata-se a terra e reveste-se parede. Não é sequer trocar seis por meia dúzia…. 

E, para não dizer que odeio paredes verdes, vai aí nesta foto a fachada de uma casa – projeto de Julio Katinsky – com parede verde de minha própria lavra, iniciada lá pelos idos de 1990, sob a coordenação do Granvillão…

Valter Caldana

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