Já se falou um bocado sobre as paredes verdes patrocinadas pela Prefeitura de São Paulo, em especial as que estão sendo construídas na avenida 23 de maio – diga-se de passagem um belo exemplo de obra viária em ambiente urbano.
O que talvez não esteja tão claro é que o problema não está na parede verde, está no uso oficial que se pretende dar a ela…
Parede verde é uma solução “caseira” mais velha que andar para frente, usual e na minha opinião até bem vinda. Esta versão mais moderna que a das nossas avós tem o inconveniente de serem mais caras e usarem mais água, além de químicos (não só borra de café e casca de ovo… risos) mas em compensação suportam mais espécies e ficam mais bonitonas. Apresentam, no entanto, o inconveniente maior de, por isso mesmo, terem uma manutenção bem cara!
O problema está, desde que o Haddad se encantou por esta solução, em achar que uma parede verde pode fazer parte da compensação ambiental, instrumento legal obtido a duras penas por um sem número de pessoas e depois de mobilizações de anos e anos…
Este é o absurdo. Uma parede verde sequer se aproxima da possibilidade de mitigar o impacto da poda de árvores ou de substituir uma que seja… além do que a manutenção da parede passa para a prefeitura poucos anos depois dela ser feita… ou seja – desmata-se a terra e reveste-se parede. Não é sequer trocar seis por meia dúzia….
E, para não dizer que odeio paredes verdes, vai aí nesta foto a fachada de uma casa – projeto de Julio Katinsky – com parede verde de minha própria lavra, iniciada lá pelos idos de 1990, sob a coordenação do Granvillão…
Valter Caldana