Entre o que e o quem

Deixando um pouco mais claro o título do post…

Se há que se assumir o que e quem se quer, por óbvio que se deve assumir o que e quem não se quer…
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E, se se quer todos sinceramente, explicitar quais os meios e qual a cota de contribuição que cada segmento da sociedade está disponibilizando de fato para conseguir o intento. Quem vai, como e até aonde na desestabilização de sua própria zona de conforto ainda que esta esteja desconfortável?
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Ou seja, discursos pálidos, diáfanos, bucólicos ou cheios de misericórdia e criancinhas nórdicas felizes brincando na água limpa em praça pública já não bastam. Mas apenas latir também não.
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Evoluímos muito, mas muito mesmo nos últimos anos no diálogo sobre a cidade com a sociedade, com os seus agentes produtores políticos e econômicos sobre os modelos de desenvolvimento urbano.
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Mas o mais importante é que este debate vem da periferia para o centro, é um debate central no seio da própria sociedade, não de nossa corporação, vide bienal de 2011 e jornadas de 2013.
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Mas é chegada a hora de dar um paço e um passo adiante. Colocar mais cartas na mesa. Explicitar ainda mais as posições.

Ao dizer que devemos assumir quem não queremos na cidade não quer dizer que necessariamente não se queira alguém.
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Mas, afirma que, sim, se esta preliminar não for satisfeita, expressar quem não se queira ou que não se queira alguém, de nada adianta expressar qual cidade se quer.
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Daí a referência à crianças nórdicas brincando nas águas límpidas da praça pública (Anhangabaú) ou mesmo a pergunta sobre quão inclusivo é, de fato, o parque minhocão, ambiente que, se construído, será fechado.
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Você, como eu, sabe bem que as verdadeiras barreiras urbanas são invisíveis e, em geral, intransponíveis.
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Uma reflexão: nunca a sociedade esteve tão pré disposta a nos ouvir (arquitetos e urbanistas à frente, pensadores sobre a cidade em geral) como desejamos e lutamos anos para que acontecesse.

Temos o que falar?

Valter Caldana

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