O avanço dos e-books

Nos EUA, mercado mais maduro, 1/5 das vendas de grandes dos grandes editores já é feita pode meio de e-books e, em alguns casos, como os novos best-sellers, a proporção pode chegar a 1/2.

O e-book tem algumas vantagens, o leitor pode fazer uma escolha ampla de qualquer ponto/local que tenha acesso à internet, pode baixar um sample, ou seja, ler um capítulo ou trecho para testar um livro, e se gostar aí sim compra o livro em poucos segundos.

A experiência e-book não tem o “prazer” do livro físico, ou o café da livraria e a dica dos vendedores/atendentes, nesse sentido o modelo do e-book não atende alguns prazeres. Mesmo com vantagens práticas, o e-book não é imbatível.

Para o consumidor, o cenário é positivo, cada leitor pode fazer sua escolha, manter-se no mundo tradicional ou mudar, escolhendo a velocidade mais apropriada para o mundo digital. No entanto, para editores a situação não é tão cômoda. Em primeiro lugar, caso a Amazon seja um varejista dominante do mercado de e-books, ou qualquer outro, naturalmente ela terá um poder de negociação muito forte. Outro ponto importante refere-se ao verdadeiro negócio dos editores.

O e-book muda radicalmente a forma de distribuição de livros, os contatos com livrarias em regiões-chave, ou apresentações de autores em livrarias devem gradativamente perder importância. Mais do que nunca o que vai contar é ter um portfólio de títulos de de autores, o core dos editores será o conteúdo e edições especiais para a edição digital. A distribuição, exposição e as recomendações (de leitores) ganham espaço no mundo on-line. O editor (associado com o produtor do e-book) também poderá encarar seu leitor como um indivíduo, vendendo o livro físico e on-line em um mesmo pacote, permitindo o acesso de acordo com a conveniência do momento.

O e-book é recente, permite acesso a obras clássicas sem custo (as com mais de 100 anos), já vem conquistando milhões de leitores e sem prever nenhuma polarização já sabemos que ele veio para ficar. A indústria da música e dos jornais já sabe que não se pode brigar com a tecnologia, cabe aos editores adaptarem-se de forma inteligente.

The Economist aborda o tema em: The transformation of the book industry

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One Response to O avanço dos e-books

  1. Fabiano says:

    O dinamismo e a flexibilidade oferecidos pelo e-book são de fato inquestionáveis. Vale apenas ressaltar 2 fatos curiosos, a saber:

    1 – os números de ampla venda de conteúdo digital não acontececem em nenhum outro mercado que não o americano. Na Europa, é um verdadeiro fracasso.
    2 – vamos avaliar a “saúde dos olhos” daqueles que se habituarem a ler por mais de 2 horas diariamente em e-books. Daqui 5, 10 anos provavelmente terão sequelas em sua acuidade visual. Isso já vem ocorrendo `aqueles que se vêem obrigados a passar boa parte do dia na frente da tela de um computador…

    PS: em se tratando de tecnologia, hoje perdemos o que talvez tenha sido o maior de todos, Steve Jobs…

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