O maior problema brasileiro hoje, acredito, é a certeza dos detentores do poder central de que serão escorraçados de lá.
Serão escorraçados por seus opositores, o que acho cada dia menos provável no curto prazo pois estes não mostram a menor organização, competência ou condição física e psicológica de fazê-lo ou por seus senhores, este sim o destino certo de traidores que já não mais servem após terem feito o serviço sujo solicitado.
Sendo o segundo o caso mais provável, como lacaios e sabujos desesperados tentam se salvar, então, entregando mais do que lhes foi demandado. A ponto de comprometer, inclusive, os interesses de seus próprios mandatários.
Sim, por que o desmantelamento do Estado e das políticas públicas que se está assistindo passa dos limites morais de qualquer corrente de pensamento organizada, dado o seu grau de desumanidade.
Salvo o interesse das grandes corporações transnacionais e multinacionais apoiadas pelos governos de seus Estados de origem, lembrando que mesmo a estas o ambiente de caos institucional interessa apenas até determinado ponto por questões de governança e de imagem em seu mercado interno, está difícil encontrar outra justificativa para tamanho retrocesso em tão espantosa velocidade.
Neste afã de dar, de entregar mais do que o encomendado, de mostrar sua disposição de entregar tudo, um tudo difuso e sem limites, somos governados de modo suicida.
Somos dirigidos como se não houvesse amanhã. E levados a acreditar que, de fato, não haverá.
Valter Caldana