Sobre PLs, a Lei e o CAU

ou de como surge espaço para propostas insensatas e retrógradas


Como sempre, me desculpo por tratar aqui de questões específicas da profissão visto que a maioria da lista não é arquiteto e urbanista. Mas se trata de assunto de grande importância para a organização da profissão e, portanto, acaba sendo de interesse geral..

Quando surgem iniciativas hostis, agressivas e insensatas contra direitos conquistados duramente por grupos ou pela sociedade como um todo uma das coisas que se deve perguntar, em minha humilde opinião, é como tais ousadias encontram lugar e oportunidade. E, pior, em alguns casos, encontram ouvidos e mãos para operacionalizá-las.

É o que se vê nos vários retrocessos dos últimos dois anos no que tange ao pacto social pós 1988 onde, à guisa de ‘evoluções’ o que se apresenta são supressões e mutilações da estrutura vigente. É o que se vê numa proposta estapafúrdia de um deputado sobre regulamentação profissional na área de arquitetura e urbanismo e, por consequência, na cadeia produtiva da construção civil.

A proposta é obscura e confusa, antiquada e desnecessária. Mas, então por que existe? Por que prospera?

Há coisas que não se falam em velórios mas, será que não se está começando a pagar um peço alto (bem alto para a corporação e ainda mais alto para a sociedade) por uma visão anacrônica e superada do que seria “conselho uniprofissional” antes da criação do CAU? Seria hora de colocar esta questão em pauta novamente? Vamos continuar fingindo que esta questão não existe e que as guildas resolvem todos os problemas da sociedade e dos profissionais?

Insisti muito nesta questão antes da criação do CAU. Fui bem mal compreendido, devo ter me expressado de forma bem inadequada na época.

Mas volto à questão agora e voltarei muitas outras vezes. Principalmente nas ocasiões em que estiver assistindo à profissão sendo paulatinamente enfraquecida e sua atuação e sua importância como campo do conhecimento coletivo junto à sociedade sendo solapada.

O mundo é plural.
Por isso Arquitetura e Urbanismo, sendo uníssona, é plural.

Não ao PL 9818/18!!!!

Valter Caldana

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