O novo velho

Caros compatriotas, precisamos amanhã tirar lições do momento que atravessamos, questionar o modelo de desenvolvimento que nosso mundo escolheu há décadas e que mostra suas falhas à luz do dia, questionar as fraquezas de nossas democracias. O que revela esta pandemia é que a saúde gratuita sem condições de renda, de história pessoal ou profissão, e nosso Estado-de Bem-Estar social (État-providence) não são custos ou encargos mas bens preciosos, vantagens indispensáveis quando o destino bate à porta. O que esta pandemia revela é que existem bens e serviços que devem ficar fora das leis do mercado. Delegar a outros nossa alimentação, nossa proteção, nossa capacidade de cuidar de nosso modelo de vida é uma loucura. Devemos retomar o controle, construir mais do que já fazemos, uma França, uma Europa soberana que controlem firmemente seu destino nas mãos. As próximas semanas e os próximos meses necessitarão de decisões de ruptura neste sentido. Eu as assumirei. Macron»

Macron começou bem, se perdeu e agora está ganhando uma segunda chance para emergir como a liderança do início do século XXI que prometia ser capaz de apontar caminhos de superação das contradições que levaram ao colapso do sistema vigente.

Perdi muito da confiança de que ele consiga pois fez concessões demais na estruturação modernizadora das reformas (da previdência especialmente) na França. Concessões aos cortes puro e simples.

A “antiquada” Merkel, democristiana de boa cepa, forjada atrás do muro e que fala russo fluentemente, discípula de Adenauer, continua dando um banho nele e em toda a Europa e, logo atrás do portenho Francisco, está entre os dois únicos líderes mundiais dignos deste rótulo neste momento.

Valter Caldana


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