Parabéns aos Designers que conseguem nadar contra a corrente e se organizar institucionalmente num momento em que está claramente na pauta do governo central, com grande aceitação tácita da sociedade (inclusive entre profissionais e conselheiros) a desregulamentação das profissões e a abolição de qualquer salvaguarda aos interesses coletivos e difusos da sociedade, função dos conselhos.
Uma pena que esta organização tenha se dado no abrigo do sistema CONFEA/CREA.
Não pelo sistema CONFEA/CREA (onde estive por anos), mas por ser uma demonstração da inequívoca inabilidade e estreiteza com que esta questão foi tratada nas últimas duas décadas pelos arquitetos e urbanistas. Sobretudo durante a criação do CAU.
A complexidade da realidade, das relações sociais e seus desafios, da cultura, da economia, das cadeias produtivas do século XXI, se impõe.
Que esta notícia sirva de alerta e lição e os arquitetos e urbanistas individual e coletivamente, e através de seu Instituto IAB, suas associações ABAP ASBEA, federações FNA FENEA e Instituição de Estado CAU, abram os olhos, os ouvidos e a boca, e encarem de frente esta questão.
O sonho moderno da profissão una, indivisível e igualitária há muito manda sinais de desgaste. E, hoje em dia, manda a conta.
Alta, bem alta! E barulhenta.
Valter Caldana