BIS

Não vou entrar no mérito da aprovação, por unanimidade, na CPPU, da placa do Bis no estádio. Acho uma discussão estranha visto que ali já havia uma placa com o nome do estádio e bastaria, como Hortelino, trocar as letras. Cai Cícero, entra Bis.
Mas, parece que as coisas se complicaram por causa do tamanho da placa.
O que é revelador…
Quando alguém pensa poder aparecer mais do que o Morumbi, isto demonstra suas intenções e o que pensa de si, da cidade e da vida.
Mas, a questão, literalmente, a pergunta que me ocorre é referente à solução aparentemente vantajosa para o município que é o investimento de dois milhões em obras de paisagismo sobre o túmulo do Antonico e no entorno imediato do estádio.
Estas intervenções vão receber as indefectíveis plaquinhas “Bis cuida desta área”? Ou, quem sabe, cada canteiro seja dedicado a um modelo de biscoito e plaquinhas tematizadas, criativas.
A pergunta cabe pois, se sim, trata-se de operação casada. Os dois milhões pagam esta exposição, e a placa no estádio saiu de graça.
Eu não sei realmente. Foi só uma dúvida. Creio que se houver plaquinhas, o Bis deu um baile e merece se sentir maior que o Estádio.
E, na sequência da privatização da avenida Raposo Tavares, teremos mais uma inovação. A privatização de fragmentos do tecido urbano.
Bem, vou lá ler a resolução CPPU para não falar besteiras. Posso estar lavorando em grosseiro equívoco e as intervenções em questão não sejam mais marketing e mercantilização da cidade e sim elevação de sua qualidade.
Mas, percebo que em qualquer caso a plateia, emocionada, pede bis…
…..
Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bebâdos e febris à se rasgar por mim
Chorei, chorei até ficar com dó de mim
(CBH e CP)

Valter Caldana

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