Tenho sido bastante realista e resignado com relação ao novo marco regulatório do mercado imobiliário de São Paulo, o Plano Diretor e o Zoneamento.
Trata-se de mais do mesmo piorado porque nós somos, neste momento, mais do mesmo piorados. Somos coletivamente incapazes de aprender com erros e acertos anteriores.
No entanto, há um absurdo dos absurdos no que foi aprovado que eu realmente espero que pessoas de bom senso da equipe do prefeito o esclareçam da gravidade, que é o desmonte do Conpresp.
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Para piorar ainda mais a situação, é preciso atentar para o fato de que a legislação urbana paulistana é exemplo e paradigma para a estruturação da legislação urbana no Brasil todo.
Assim sendo, o desmonte do Conselho de Preservação do Patrimônio trará consequências graves em todo o país, em muito pouco tempo.
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Além de abrir o precedente para que outras questões estruturais sejam tratadas de forma superficial e conjuntural tais como a ambiental e sanitária.
Aliás, o próprio zoneamento aprovado já traz o embrião disto, ao permitir por Lei que áreas de proteção necessárias à sobrevivência da cidade sejam ocupadas sem colocar limites claros ou critérios eficazes para que isso ocorra.
Trata do erro primário de tratar de forma conjuntural e pontual problemas que são sistêmicos e estruturais.
Ou seja, toma um golinho de veneno todo dia, para não morrer. Só passar mal, cada vez pior.
Valter Caldana