Bobagem tentar explicar isso num momento em que se rasga o Plano Diretor a Cidade. Aliás, ele é rasgado numa estranha aliança entre quem o fez e quem o usa para seu deleite e proveito.
Com uma vasta parcela da população, que já havia sido deixada de lado desde 2014, sendo muito vem vinda desde que fique no seu lugar, continuando lá, no seu lugar, mas sendo sempre alçada à condição de grande motivação.
Um dia, a motivação vai pegar o ônibus e vai dizer chega… Aliás, fez isso em 2013, um fenômeno que vem sendo cada vez menos falado, cada vez mais jogado para baixo do tapete. Por todos. Não era por 20 centavos. Era por uma cidade que funcione, que acolha, que não mate.
Vivemos numa cidade em que sua própria inteligentcia não reconhece o Plano Diretor como uma peça importante para a construção de qualidade de vida e redução de desigualdades.
Afinal, ela é capaz de defender jogá-lo no lixo em troca do prazer do eterno retorno à discussão de “qual cidade que queremos…”, como se isso não tivesse sido discutido, por ela mesma, em 2012 a 2014, valendo até 2030…
Não entendo muito este pavor de avançar na explicitação e na definição do COMO fazer. Por que este aprisionamento no O QUE fazer?
Vocês sabem qual a relação o PPA com a Lei Orgânica e com o Plano Diretor? Nenhuma!!
Por outro lado, jogam todo o peso nele, o Plano Plurianual, que é uma peça orçamentária travestida de estratégica.
Vale lembrar que orçamento sem Plano não passa
de LISTA DE COMPRA, rol de despesas, fluxo de caixa… Aliás, não conseguimos sair disso em São Paulo. Do livro caixa que fez a fortuna de padarias, pastelarias, cantinas e armarinhos. Que, aliás, nos trouxeram com muita garra, garbo e trabalho, até aqui.
Vamos simplificar.
O Plano Diretor de São Paulo não é ruim, é incompleto e mal regulamentado. Daria para corrigir boa parte deste problema rapidamente e colocá-lo no rumo e no prumo. Mas, a opção foi outra.
A opção foi continuar discutindo quem discute, continuar ganhando quem ganha, continuar pagando quem paga e continuar sofrendo quem sofre.
Sabe quando vamos fazer os PIUs serem projetos? Sabe quando vamos ter Planos de Bairro, as duas peças fundamentais na metodologia aprovada pelo plano mas nunca regulamentadas e implementadas corretamente? Não antes de 2025. Né? A quem interessa isso?
Sabe quando São Paulo vai sair de ações de boa vontade, fragmentadas e sem sentido? Frágeis e incompletas? NUNCA.
Mas, continua sendo o melhor lugar do mundo, aqui é agora. Só que não por muito tempo…
Valter Caldana