ITALIANICES MATINAES

Apesar deste nome fincado na lusofonia, o Alcântara Machado é o viaduto mais italiano de São Paulo. Bela homenagem que nos remete à sensação de que nosso sincretismo resistirá sempre e um dia vencerá nossos preconceitos. Que o diga Adoniran Barbosa, seu primo-irmão.
nos nomes de rua, menos imponentes que viadutos, porém mais presentes em nosso cotidiano, as de nome mais obviamente italianos talvez sejam as Passalacqua, com destaque para a Monsenhor que contém um certo gosto pelo título nobiliárquico religioso quase vazio, que nos une, à sonoridade do próprio nome. Que também nos une. Passa l ÁÁÁ cua!
No entanto, neste ponto, sempre me encantou a Seno Sbrighi.
Que maravilha. Há um certo atavismo em pronunciá-la.
S e n o s b r ighi, que música!, forçando um pouco um sotaque tipicamente paulistaliano.
Sem contar o fato de que não consigo deixar de pensar na maravilhosa lógica empregada pelos pais do ‘seo’ Seno para escolher o nome do filho… e, claro, pensar em quais seriam os nomes de seus irmãos. Talvez um casal, o ‘seo’ Cosseno e a dona Tangente. Primos, talvez, da dona Hipotenusa e do ‘seo’ Cateto. Mas, aí, Cateto por cateto, já não é mais nem grego nem italiano, é caipira mesmo.
Não obstante, o fato é que é Cenno. Tchenosbrigue.
Um cenno, um delicado aceno de bom dia!

Valter Caldana

This entry was posted in cotidiano. Bookmark the permalink.

Deixe uma resposta