A partir daí fontes praticamente inesgotáveis e altamente potentes e limpas de energia estarão disponíveis. A atual cogeração, que já é uma revolução, será uma brincadeira de criança (de berço). Isto significa de cidades inteiras iluminadas e operantes a viagens rápidas e interplanetárias.
É, então, que vai se dar uma questão interessante e desafiadora, como sempre não técnica ou tecnológica, porém ética.
Não teremos resolvido questões elementares como impedir que uma pessoa sequer morra de fome, ou seja morta pelo que pensa, e seremos capazes de ter fontes inesgotáveis de energia.
Por outro lado, estas fontes de energia não virão mais da extração pura e simples (madeira, carvão, petróleo, água, vegetais…), o que há duzentos anos define a geopolítica planetária, mas virão de pesquisa e desenvolvimento, cujo resultado já é, hoje, o bem mais caro do planeta. Mais caro – e será cada vez mais – por ser produto e serviço simultaneamente, por ser de consumo e durável ao mesmo tempo.
Bem este que países como o nosso, que optou (livremente) por deixar de investir em inteligência, paga a peso de ouro, soja, minério de ferro …
Ou seja, da capo al fine, as questões elementares do primeiro parágrafo – fome e liberdade – que em boa medida são retroalimentadas pelas explorações e desigualdades, não vão diminuir, vão aumentar. Até o colapso.
Até que a pobreza e a indigência, sua face mais perversa, não sejam mais necessárias.
Valter Caldana
https://canaltech.com.br/ciencia/sol-artificial-na-alemanha-atinge-30-milhoes-de-graus-kelvin-194659/





