ABAIXO O MINHOCÃO, A CIDADE PARA O CIDADÃO!
Graças a um questionamento de meu amigo Maurício Bussab acho que consegui organizar melhor algumas ideias sobre o minhocão e por que a urgência de derrubá-lo.
No post anterior escrevi: Fazer parque no Minhocão é apenas ADIAR a solução do grave problema que ele representa: segrega e desarticula o centro da cidade, transformando a capital e a região metropolitana num organismo ferido e acéfalo.
Fazer parque é gastar duas vezes, é criar mais um problema para a cidade, sem solucionar nenhum outro.
“Só um reparo… Soluciona um problema sim: cria um espaço publico de lazer que o centro precisa.” (M.B.)
É aí que me ocorre que o problema da alternativa parque linear suspenso, cópia em pequena escala do Highline Park de New York, é que aqui ele não criará este espaço público de lazer tão desejado pela cidade.
Este uso transitório do domingo que temos hoje não pode ser levado em consideração, exatamente por ser transitório. Não se assemelha a um espaço público permanente e qualificador da cidade. Temos vários exemplos destes equívocos na cidade. A própria praça Roosevelt, apoteose do minhocão, nos ensinou isto antes da reforma radical por que passou. E, mesmo agora, ainda se ressente de sua origem e da vizinhança incômoda da velha minhoca.
E, para piorar, o problema do minhocão não está sobre ele, nem mesmo ao lado dele, acima da pista.
Este é o problema mais fácil de resolver e nunca resolveram por falta de vontade política, desmazelo ou por que talvez nunca tenha sido realmente prioritário na visão do extrativismo urbano que nos cotaminou nestes 40 anos de apagão urbanístico (1972/2012).
Neste sentido, o mehor projeto de reaproveitamento da estrutura que tenho notícia foi feito pelo Arquiteto Pitanga do Amparo no final da década de 1980 (?). Envolvia o elevado e os prédios do entorno, recriando uma cidade tridimnsional bastante interessante.
Mas o fato é que acredito que o problema do minhocão está sob, embaixo da estrutura, e em toda a zona de degradação que ele provoca, a sul e a norte, de aproximadamente 1km de largura por toda sua extensão.
O grande espaço público que precisamos resgatar para a cidade e o cidadão são as avenidas São João e a Amaral Gurgel e todo seu entorno, + ou – 2.500.000 m2 (dois milhões e quintos mil metros quadrados), sem falar no centro como um todo.
Temos ali, ao longo do minhocão, espaços de grande qualidade real e potencial como o Largo Padre Péricles, a Praça Marechal Deodoro, o Largo Santa Cecília, o entroncamento da Frederico Steidel com a São João e a Duque de caxias (e Largo do Arouche, ao lado) e, claro, a Roosevelt e Igreja da Consolação….
Por isso, entre outras, é que a solução é a derrubada.
ABAIXO O MINHOCÃO, A CIDADE PARA O CIDADÃO!
Mas o melhor disto tudo é que, definitivamente, estamos discutindo a cidade cotidianamente, coletivamente.
Finalmente!
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Valter Caldana