Hoje a Folha traz um texto inteligente e provocativo [leia aqui] de Antônio Prata.
O texto é engraçado, as contradições apontadas são reais e candentes, e concordo com quase todas elas.
Mas, por isso, que fique claro que o espírito paulistano não é este, mais que conservador, reacionário e imobilista que “assina” o texto.
O espirito paulistano é o que temos que resgatar (e que o plano diretor resgata). É o que construiu uma cidade forte, lutadora, empreendedora, de uso misto, inclusiva, de oportunidades!
É o espírito paulistano que inventou as galerias, que apostou tudo no comércio de rua e no uso misto, na ocupação de média alta densidade (e baixa altura) que este modelo propicia.
Que produziu o Copan, o conjunto nacional e a avenida paulista. Que construiu um metrô rasgando o centro de uma cidade já consolidada.
É esta cidade inclusiva, bela, de oportunidades, onde quem passa fica, onde judeus e palestinos são sócios no lojinha, onde todos os nordestinos, italianos, portugueses, japoneses o somos é que é a cidade do espírito paulistano.
Vou contar uma coisa: é esta a cidade que está escrita no Plano Diretor. Uma cidade que já existe.
E, importante lembrar, o apagão urbanístico que acometeu São Paulo tem só 40 anos. É pouco, considerando passado e futuro da cidade. Não passa de uma gripe forte na sua existência.
Non ducor, duco!
Valter Caldana