Abaixo o Minhocão, depressa!

Semana passada estive na Câmara debatendo o futuro do Minhocão, num evento organizado por vários movimentos pró desmonte e viabilizado pelo gabinete do vereador Ricardo Young, que apóia a manutenção do Costa e Silva, mas cedeu espaço e infra-estrutura para uma discussão mais ampla.

Pela bancada do Desmonta, além das lideranças organizadoras e das lideranças locais das associações de moradores, que foi quem nos convidou para participar, estávamos o Lúcio Gomes Machado, a Anne Marie Sumner, o Alexandre Moreira e eu mesmo.

Foi neste debate que fomos, os que querem a demolição do mihocão e a cidade para o cidadão, acusados de velhos saudosistas… Mas a língua portuguesa é mortal. Quem quer CONSERVAR é CONSERVADOR… e eles querem conservar o Minhocão e o status quo… São conservadores.

Sobre o debate, primeiro de uma série de três, quero dizer que debater um Projeto de Lei já semi aprovado, que conta com o apoio de um grupo suprapartidário de vereadores importantes e que tem o apoio velado do prefeito, conforme deixou escapar um dos debatedores da bancada pró-conservação do minhocão, é difícil. Dá uma sensação de que estamos sendo usados apenas para legitimar uma decisão já tomada. Ou seja, que estamos apenas colocando azeitona na empadinha alheia.

Como já disseram alguns, esta é uma conversa desigual pois a bancada dos conservadores é bem articulada politicamente e conta com importantes apoios de setores da mídia, encantada com o High Line Park da metrópole (NY) que tanto os faz suspirar.

Mas, por outro lado, por isso mesmo, creio que temos que nos servir desta oportunidade para deixar claro, com uma consistência que temos e a proposta de fazer a área de lazer não tem, com veemência e com clareza que o projeto de manutenção do minhocão é ruim para a cidade. Ou seja, se assim for, usemo-nos mutuamente.

Temos que aproveitar esta oportunidade, e outras, para deixar claro, inclusive para os vereadores, que nosso projeto faz a defesa da cidade do século XXI, respeita o passado e tem foco no cidadão para construir o futuro. E que o projeto deles é, literalmente, conservador e excludente. Nasceu velho.

Que nosso projeto aponta soluções na escala metropolitana, urbana e local. Enquanto o deles não aponta solução nenhuma para problema algum. Na verdade apenas cria novos problemas para a cidade.

Que o nosso projeto não é fruto de modismos e não se rende a gambiarras e remendos, como fazer uma área de lazer no asfalto e a 5 metros de altura do solo.

Que se houvesse a possibilidade técnica e a vontade política de resolver os problemas do chão da cidade isto já teria sido feito independentemente do uso da pista superior, mostrando, então, que o que impede, neste caso, a melhoria da cidade para todos é a PRESENÇA do costa e silva e não o seu USO.

Temos que mostrar que a derrubada do minhocão é inexorável e que sua transformação em área de lazer é uma solução tão fugaz quanto o foi, por exemplo, o recente alargamento das marginais… ou seja, gasta-se muito para não resolver nada (ou até mesmo para agravar o problema existente).

Por fim, temos que mostrar que, na hipótese de vitória da posição conservadora, que está tão bem articulada e com acesso ao centro do poder, nós não teremos que nos limitar a dizer… eu não disse!

Nós estaremos lá para mostrar que eles erraram feio e que a solução para os problemas e retrocessos criados continuará sendo a mesma. Derrubar o minhocão e devolver a cidade para o cidadão, com um projeto que atenda a interesses coletivos, difusos, metropolitanos, urbanos e locais.

E, sobretudo, a cu$to ZERO para a cidade.

Valter Caldana
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