Novas forças intangíveis X o velho estilo do BNDES

Alguém se lembra para qual finalidade o BNDES foi criado? Após anos de utilização ou má utilização perante a sua finalidade inicial, muitos se perguntam: para que mesmo o BNDES foi criado?

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Desde a sua fundação, em 1952, o BNDES se destaca no apoio à agricultura, indústria, infraestrutura e comércio e serviços, oferecendo condições especiais para micro, pequenas e médias empresas. O Banco também vem implementando linhas de investimentos sociais, direcionados para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano.

Este trecho acima foi extraído do site do BNDES (http://www.bndes.gov.br), pois após assistir décadas de noticiários em direções opostas seria impossível alguma pessoa redigir algum texto similar.

A concentração de recursos financeiros concedidos a juros subsidiados ou participações acionárias financiados pelo dinheiro do contribuinte a grandes grupos empresariais nacionais e assustadora e parece ter se transformado em prática comum  Grandes empresários com excelente “fluxo” no governo conseguem estruturar  acordos extremamente “costurados” e que aparecem prontos com opiniões favoráveis de todas as entidades da noite para o dia.  Ao mesmo tempo que isto ocorre um pequeno empresário espera anos para ter algum tipo de resposta depois de apresentar uma infinidade de informações sobre o seu negócio para convencer a BNDES a conceder um empréstimo de R$ 40.000. Eu mencionei R$ 40.000 não 4 bilhões de reais.

Eis que surge uma variável nova no jogo e que foge ao controle dos grandes grupos nacionais e do governo, o valor intangível do país possuir um grande número de multinacionais instaladas no pais com ações em bolsa (Nova York, Frankfurt, etc..)  e um nível de comprometimento maior em relação a temas relacionados com governança corporativa. Isto traz indiretamente uma espécie de governança corporativa para “dentro” do governo, pois quando o mesmo comete um equívoco muito grande estas empresas funcionam como uma espécie de agência reguladora fazendo com que o Governo recue de certas decisões absurdas.

Este valor intangível não tem a mesma força em alguns países da América Latina e a própria China onde os governos fazem o que bem entende sem eventuais recuos. Esta ajuda inicial deste valor intangível deve ser reforçada com uma imprensa livre e uma participação popular cada vez maior através das variadas formas de comunicação e interação digitai. Esperamos que na próxima década a população perceba cada vez mais a sua força intangível através da sua manifestação e que consigamos criar um país ainda melhor.

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2 Responses to Novas forças intangíveis X o velho estilo do BNDES

  1. Vladimir says:

    O governo tem feito diversas capitalizações no BNDES que significam uma transferência de recursos da União para os tomadores de empréstimo deste banco. Isto ocorre que o governo emprega recursos que têm um custo de captação equivalente a Selic e que são emprestados a taxas muito mais baixas no BNDES.
    Muitos economistas falam dos efeitos nocivos que este sistema traz para a economia, levando o BC a ter de aumentar mais a taxa Selic, dado que a massa de recursos emprestados pelo BNDES não é afetada pelas decisões da autoridade monetária.
    Se estes empréstimos são utilizados para fomentar a atividade econômica de novos empreendimentos / tecnologias (que tem dificuldade de acessar o sistema bancário) ou investimentos de claro retorno social não vejo problema algum.
    No entanto, vemos o apoio a grupos econômicos específicos em detrimento do resto da economia, ou obras que claramente não trarão o retorno necessário para o custo estimado (Trem Bala e Belo Monte, por exemplo).

  2. Fabiano says:

    Acredito ser opinião da maioria que seria um grande gol contra do BNDES esta quase participação direta na fusão de duas grandes redes de hipermercados. Pelos motivos supracitados e porque grandes fusões tendem a diminuir competição, concorrência. Pré-requisito básico para um capitalismo minimamente saudável e transparente.

    Apenas vejo com alguma preocupação como será o futuro desta “imprensa livre digital”. Já sabemos que ela não é tão livre assim. Muitos países usam de redes sociais, blogs, sites para criar factoides que a eles interessam. É muito mais barato do que antigamente, quando não havia a internet e a manipulação da informação na mídia era muito mais trabalhosa e onerosa…

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