Zoneamento: a discussão atravessada.

Hoje o Estadão traz matéria importante sobre o a proposta de Lei de Zoneamento para a cidade de São Paulo que está sendo preparada pela Prefeitura. Leia aqui.

alguém já morou em um prédio onde tenha ocorrido problema de vazamento na coluna de esgoto (isto em geral é o terror dos síndicos)
pois é, tem que fazer reunião de condomínio e todo mundo tem que abrir: o bolso e a porta de casa para que se possa fazer o reparo.

então
não adianta discutir zoneamento só defendendo o seu.
tem que aprender a defender o seu, o do outro e o do outro ainda…
e descobrir que o vazamento de um andar bem longe do seu afeta também a sua conta no final do mês, mesmo que ainda não esteja escorrendo água servida na sua sala.

só para lembrar
nem toda ZER (Zona Exclusivamente Residencial) é igual
nem toda solução tem que ser a mesma

aliás
o maior equívoco desta proposta de Lei de Zoneamento não é o enfrentamento de questões coletivas, coletivamente.
este seria o acerto.
o maior equívoco é a insistência em manter o modelo de zoneamento lote a lote na cidade, prato cheio para a barafunda incompreensível e inadministrável em que nos metemos nos últimos 40 anos.
e que transforma a cidade em uma colcha de retalhos (ver mapas).

A cidade é o TODO, não é a justaposição de ZER + ZEIS + Áreas Comercializáveis. Esta equação é a atual e qualquer criança de grupo (que não pode sair de casa) sabe o resultado.
A cidade é vida, é ambiente + servicos + fluxos = qualidade

quanto ao salão de festas (e outros tantos usos) que tanto assusta alguns, briguemos por normas de ocupação realmente baseadas em índices de incomodidade x medidas mitigadoras, e não em tabelas genéricas feitas em gabinetes (e depois alteradas pontualmente em outros gabinetes).

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