Política industrial e as reformas necessárias

O governo federal anunciou as novas medidas para ajudar a indústria nacional. Alguns setores da economia receberão uma série de estímulos fiscais para não sucumbirem a valorização recente do câmbio.

Os custos, para variar, vão ser arcados pelo contribuinte/consumidor e os verdadeiros problemas que reduzem a competitividade da indústria brasileira estão muito longe de serem atacados. Outra discussão, se alguns destes setores terão condições de competir internacionalmente, nem passa pela cabeça do nosso brilhante Ministro da Fazenda. Acreditar que setores intensivos em mão de obra como calçados e têxtil irão sobreviver a competição chinesa cheira a burrice ou desonestidade intelectual (ou os dois…).

A estrutura tributária brasileira é a principal reforma a ser feita. Os impostos no Brasil são o que pode se definir de disfuncionais: altos, complicados, oneram a geração de emprego e investimentos, e são muito mal distribuídos. Para piorar a sua utilização pelo governo é tudo menos eficiente – o Brasil é líder em carga tributária entre os países de renda média e oferece uma infra estrutura/serviços que poderiam ser na melhor das hipóteses ser equivalente à este grupo… Alguma discussão sobre reforma tributária, administrativa ou coisa do gênero?

A infraestrutura piora ainda mais esta situação. Os aeroportos que não funcionam, portos com custos altíssimos , estradas esburacadas aumentam o famigerado “custo Brasil” – que tornam o produto brasileiro tão mais caro e a logística no país um desafio monumental. As soluções estão na frente de todos: PPPs, privatizações, melhor gestão pública. Alguém do governo pode explicar porque os aeroportos brasileiros são tão ruins, por exemplo?

O problema é que só no momento de crise que estas reformas conseguem ser feitas. O que tornará o ajuste mais doloroso para a sociedade como estamos vendo na Europa…

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