Governança é a competência em praticar as decisões tomadas. Envolve a disposição institucional pela qual a autoridade é exercida.
Governabilidade é o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder. Compreende as relações entre os poderes, o equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação. Diz respeito à capacidade política de decidir.
Pois bem, o que isso tem a ver com a seleção brasileira? Simples: parece faltar à nossa seleção condições de governança e governabilidade. Alguém já se perguntou por que o Muricy negou, de última hora, o que já havia aceito? Será que ele acataria intromissão sistemática da Rede Globo na concentração e acesso aos jogadores? Será que ele aceitaria influência direta do Presidente da CBF Ricardo Teixeira? Do que o conhecemos e pelo seu histórico, muito provavelmente não.
E o Mano Menezes? Será que ele está focado onde deveria (dentro das 4 linhas)? Não é necessária uma análise muito profunda para concluirmos que não. Ele teve que convocar a “seleção do povo”, com os atuais meninos da vila. Tem que se habituar a declarações infelizes do grande chefão, Ricardo Teixeira. Aceita, certamente a contragosto, repórteres da TV Globo na concentração. Sobra pouco para o que realmente interessa, a seleção brasileira dentro de campo. Exemplo didático de falta de Governança e Governabilidade. Imagine este cenário na sua empresa, ou no Departamento em que você trabalha. Qual seria seu desempenho?…
O Dunga, tão criticado, impôs como condição de trabalho uma independência muito maior do que atualmente tem o Mano. O que é melhor? Basta comparar os resultados do primeiro ano da seleção sob o comando do Dunga e o primeiro ano do Mano. Tire suas conclusões…
Abraço a todos!
Certamente há inúmeros desafios e muitas questões para refletirmos. A primeira delas é de normalmente a grande maioria enxerga do fim para o início, ou seja, se o Dunga trouxesse o “caneco” estava tudo certo. Se o Mano for Hexa com a seleção estará tudo certo. No entanto,essa visão não permite localizar as problemáticas encontradas no caminho.
Parte importante do desafio diz respeito a como podemos equalizar o que tem que ser feito nas quatro linhas e também criar visibilidade para os investidores (patrocionadores),de tal forma que consiga prospectar as marcas dos patrocionadores.
Talvez a questão fundamental esteja relacionada ao que realmente devemos fazer em cada uma das etapas, evidenciando o que de fato é o mais importante, ou seja, os resultados. E é claro que não a qualquer custo, pois as marcas desejam exposição e a melhor exposição é a associação com uma equipe vitoriosa.
Como a grande parte do que acontece na preparação não é visto como fundamental, o nível de tolerância com os resultados acaba sendo maior.
Apenas uma questão para deixar para pensarmos. Quantos negócios permitiriam um nível tão alto de tolerância?
Ricardo Teixeira acumulando o cargo de Presidente da Comissão organizadora da Copa do Mundo é algo que fala por si só o tamanho do equivoco de gestão e do desvio de recursos que devem acontecer.
A postura da Rede Record de começar a “bombardear” o Ricardo Teixeira em programas semanais apenas depois de perder os direitos de transmissão dos jogos do campeonato brasileiro também e algo que demonstra que os canais de comunicação isentos e independentes estão ficando cada vez mais raros.
para ilustrar
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasil2014/noticias/0,,OI5297211-EI10545,00-Andres+cogita+ideia+de+presidir+a+CBF+e+defende+Ricardo+Teixeira.html
Não é de se estranhar.
A CBF (ex CBD) é, possivelmente, a última instituição brasileira que mantém a estrutura da década de 70… O último bastião.
O que observamos nesta última década foi a transformação da CBF na propriedade particular do sr. Ricardo Teixeira. A seleção brasileira, foi deixada em segundo plano com os vultosos negócios que a Copa do Mundo trará para este mesmo senhor… O perfil na revista Piauí mostra como toda a classe política come na mão dele, inclusive o ex-presidente Lula – com quem se reunia frequentemente em animados papos regados a whisky (Alguém divida que o Itaquerão deverá se chamar Luis Inacio Lula da Silva? Arrumou a Copa, o dinheiro do BNDES, negociou com as construtoras)
Dunga arranjou brigas com quem não devia e se perdeu nas regras que ele criou para formar a seleção.A atitude com a Globo foi um sinal de independência, mas várias convocações “estranhas” apareceram com ele também.
No Corinthians, Mano teve várias indicações questionáveis que sempre envolviam o mesmo empresário dele (isto não mudou muito agora na seleção, certo?)… Muricy não foi porque o Flu não quis deixá-lo ir embora sem multa (e pq o clube tinha um mau relacionamento com a CBF também)… Neste mundo do futebol trouxa é só quem assiste os jogos, porque o resto sempre está se “abiscoitando” de algo…
Minha aposta é que Mano dura pouco e Felipão volta para o time. Ricardo Teixeira dará a liberdade como em 2002 porque uma má performance no Brasil vai ser muito prejudicial para seus negócios assim como seria uma eventual não classificação para a Copa do Japao.