Mais uma miragem.

Estadão publica mais um projeto tentando manter o Minhocão. [veja aqui]

A síntese do projeto: “Queremos movimento no local, como se fosse uma praia urbana. Brinco que enquanto o Rio tem o posto 9 em Ipanema, nós poderemos ter o pilar 1, 2 ou 3 no minhocão.”

Depois desta, vale lembrar, mais uma vez, que existem centenas de projetos, inclusive de qualidade, para a manutenção do minhocão:

O melhor de todos, em minha opinião, é o do Pitanga Do Amparo da década de 80. [veja aqui]

Depois deste, tivemos vários, alguns destes feitos por alunos e professores do Mackenzie, inclusive eu mesmo. Este projeto preveem, em geral:

> a sua demolição parcial com construção de equipamentos públicos em trechos a serem mantidos,

> o seu estreitamento, com a instalação de um VLT ou BRT na parta aérea (reduzir a largura dos atuais 17m para 6,5m ou 8m),

> retirar a faixa de asfalto entre vigas e transformá-lo em um grande pergolado, aí sim com um jardim no canteiro central (seria um pergolado chique como o do Copa?),

> pedestrianizar um lado da avenida, colocar o trânsito do outro lado. No lado pedestrianizado, sob o monstrengo, construção de um shopping linear…

> Tem até um que propunha fazer outro minhocão, acima deste, com vidros nas laterais (uma espécie de túnel de vidro suspenso…)

Ou seja, ideias alternativas, algumas boas outras nem tanto, algumas péssimas, outras ainda piores, além das que já foram ali construídas ou instaladas no últimos 40 anos não faltam.

O que falta é coragem para resolver um problema chamado minhocão.

Entregamos um documento para a Prefeitura e a Câmara de Vereadores há mais de mês com uma agenda de trabalho para discutir o assunto em outro patamar e chegar na campanha eleitoral com diretrizes projetuais concretas… [veja aqui].

Propusemos a contratação do IPT e outras empresas de orçamentação e análises técnicas independentes, além da realização de um Concurso Público Internacional para desenvolver projetos definidos a partir de consultas públicas.

Chega de evasivas e falsas promessas. É hora de discutir custos, condicionantes técnicas, etc e tal. Tornar público que um parque ali não sai por menos de R$ 150 milhões* , dizer quanto custa fazer a manutenção preventiva da estrutura que já está dez anos atrasada, verificar quanto custa a demolição e qual a possibilidade de reciclagem do resíduo sólido gerado…

Resposta: O prefeito vai atrás de mais um projeto baseado em perspectivas de venda, cheias de boas intenções, ilusões e desinformações.

É cansativo: Por que prefeitura e vereadores não deixam claro o que pretendem, a quem pretendem beneficiar e a quem estão dispostos a desagradar? São Paulo não precisa de ilustrações, temos muitas.

Chega de paliativos. São Paulo não é uma cidade para aspirinas. Abaixo o minhocão, a cidade para o cidadão.

Valter Caldana

* R$ 150.000.000,00 = 59.500m² (área de asfalto do minhocão, menos de um quarteirão) x R$ 2.500,00 (preço médio de obras públicas). Considera-se a constução, ali, de um parque de verdade, com segurança, acessos, iluminação, vegetação, pisos, sanitários, estares, mobiliário…

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