ÁFRICAS
Somália, Quênia, Etiópia, Djibuti, Sudão e Uganda. Países africanos que compõem a região conhecida como “chifre da África”. Lá não tem petróleo, não se trata de posição estratégica, não tem classe média para consumir. Lá, muitos destes países não são “Democracias”. Lá, há 12 milhões de famintos. Lá, já morreram milhares, talvez milhões.
Líbia. País africano pertencente à região denominada “Magreb”. Lá tem muito petróleo, trata-se de uma posição estratégica. À semelhança dos países do “chifre da África”, também trata-se de uma ditadura. Lá não há 12 milhões de famintos. Lá morreram centenas, talvez milhares.
Com base nestes dados, se você tivesse poder financeiro e bélico, sendo você preocupado com o bem-estar mínimo dos moradores locais, onde você interviria?
Pois é, é cada vez mais insuportável a hipocrisia dos países e diplomacias internacionais. Está claro que o real interesse na Líbia é exclusivamente financeiro, sobretudo pela grande quantidade de petróleo presente em território líbio. Kadaffi depôs, através de um golpe militar em 1969, o rei Idriss al-Senoussi, primeiro governante líbio após a independência, em 1951. Pertencentes a tribos distintas e historicamente “pouco amigas”, Idriss e Kadaffi têm a mesma motivação: ter o poder sobre sua tribo e todas as demais que hoje formam a Líbia. Os “rebeldes” são um amontoado de tribos que se uniram para, com ajuda do ocidente (OTAN) derrotar um inimigo-comum.
E agora, que unidade teremos? Quem exercerá controle sobre o petróleo? Existe a possibilidade de aumento do barril? Os “rebeldes” são tão violentos, opressores e ditadores como o (ex)-líder Kadaffi. Já há relatos de prisões, torturas, assassinatos. Vale salientar que os “rebeldes” não querem nenhuma presença internacional na Líbia. Por que será?
Quanto já se gastou nesta guerra em nome da “derrubada da ditadura na Líbia?”. Quanto já se gastou em ajuda humanitária no “chifre da África”, região com 12 milhões de famintos??…
O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, disse que “desconhece uma carta” que diga que o grupo de rebeldes tenha firmado com a França um acordo que promete 35% do petróleo líbio, mas considerou “lógico” que os países que apoiaram os rebeldes sejam privilegiados na hora da recosntrução.
E parar com as milhares de mortes que estavam acntecendo? Não era esse o objetivo?!Nem se preocupam em esconder, simplesmente.
Informações bem lembradas, Vladimir. Bastantes relevantes…
E o Premier Italiano foi por muito tempo bem próximo de Kadaffi. No passado recente, muitos líderes europeus receberam Kadaffi como mais novo aliado… Como tudo muda tão rapidamente… rsrs
Claro que locais onde o petróleo jorra sempre terão mais interesse. Kadaffi fazia parte do eixo do mal de Ronald Reagan nos anos 80 e o governo inglês fez um dos movimentos mais cínicos da diplomacia moderna ao libertar um dos terroristas de Lockerbie para conseguir realizar negócios com o ex-ditador.
Os franceses já se apressaram em realizar acordos com os rebeldes para ter “acesso preferencial” aos recursos líbios.
Lembro que a Somália teve uma intervenção desastrosa dos EUA nos anos 90 e que o Sudão foi dividido em dois este ano criando o Sudão do Sul (rico em petroleo) que vai dar parte de seus ganhos para o Sudão.