Mantegonomics

A criação de factóides econômicos parece ser ilimitada nos ilustras tecnocratas de Brasília: agora fomos brindados pelo aumento de IPI para os automóveis importados.

Não é possível encontrar uma medida mais desastrada do que esta. Desrepeita as regras da OMC, aumenta a proteção da industria local – que rodava em níveis de produção recorde, e ,pior, dificulta muito a entrada de novas montadoras no país – que normalmente apresentam um processo gradual de nacionalização de seus produtos.  As contrapartidas exigidas são mínimas (só como exemplo: uma eventual exigência de aumento de eficiência energética foi retirada por pressão das montadoras) e as montadoras desfrutam de um belo presente do governo federal.

Medidas que aumentem a eficiência do país mais uma vez estão longe do receituário de Brasília: afinal dá muito trabalho, né!

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5 Responses to Mantegonomics

  1. Rafael says:

    Como essa medida foca especialmente os carros chineses e coreanos, vale lembrar que para qualquer empresa entrar na China ela precisa se associar ao estado. Quer maior dificuldade que essa para se instalar em um país? Não tenho dúvidas que se fosse um produto brasileiro a competir na China ele seria no mínimo pirateado por lá mesmo. E a moeda desvalorizada artificialmente não é uma medida protecionista? Não sou a favor da medida que diminui a concorrência; desestimula a competitividade e a atração de mais montadoras, mas como disse o Walter, não devemos parecer bobos. Por que não baixar o IPI para carros com maior percentual de nacionalidade? Ou reduzir impostos para carros menos poluentes; mais seguros ou com tecnologia flex nacional?

  2. Wagner says:

    Implementação de uma medida sem o periodo de carencia de 90 dias para a entrada em vigor, periodo de validade até 2012, proteção que não incentiva a competição e subsidia a ineficiência operacional das montadoras. Tudo isto revela a ” excelente” visão de longo prazo do nosso governo, ou seja, nenhuma !! Na mentalidade deles, “amanhã não to nem aqui e nem aí com o assunto” !!!!
    Até mesmo para proteger o mercado, assim como os europeus e americanos fazem em periodos de crise, existem mil maneiras mais inteligente de faze-lo !!! Aí que saudades do Henrique Meirelles e alguns outros poucos nomes que embora não concordassemos com todas as iniciativas, esses possuiam muito mais massa encefálica do que os atuais!!!

  3. valter says:

    O fato é que no jogo internacional, assim como no futebol, não há mais bobinhos e não dá para acreditar em papai noel, coelhinho da páscoa ou medidas conceitualmente corretas adotadas unilateralmente. Quando DOIS não querem, UM não protege.
    Em outras palavras, proteger o mercado, em alguns momentos, pode significar, apenas, não fazer papel de bobo. Ou avisar os parceiros de que, quando fazemos papel de bobo, sabemos que estamos fazendo. Só para eles não acreditarem tanto…
    Por outro lado, continuar sem enfrentar o fato de que temos que elevar o nível de valor agregado em nossa produção (com investimento maciço em P&D por parte da iniciativa privada) é condenarmo-nos (sic) ao atraso perpétuo pois, seja em que século for, o celeiro sempre será longe da casa principal.
    (…)

  4. Fabiano says:

    Concordo com tudo o que foi supra escrito, mas vale lembrar que o Brasil está seguindo o jogo internacional. Ou nos esquecemos do protecionismo europeu e americado em relação aos produtos primários, prejudicando enormemente as exportações brasileiras? Por que eles também não tomam medidas internas para tornar a produção agrícola deles mais competitiva? Por que eles criam barreiras à entrada de produtos agrícolas brasileiros lá dentro?
    Todos estão errados. O Brasil não está fazendo diferente dos demais.

  5. Jean says:

    Gol contra.

    O que falta é tirar outros custos, como transportes, portos ineficientes, carga tributária elevada, isso sim poderia fazer bem a nossa indústria, ao invés de melhorar as condições dos negócios e dos seus agentes se escolhe penalizar a competição. É o famoso ataque ao efeito e negação da causa…

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