Marginais!!

Três pontos de vista sobre a redução da velocidade nas marginais e outras vias expressas urbanas:

1. Técnico > Medida correta, já testada em vários países e cidades que possuem vias expressas na zona urbana. (Vale lembrar que muitas destas cidades estão simplesmente acabando com estas vias expressas). Chamadas de “40 miles zones”, NÃO resolvem os congestionamentos, mas AUMENTAM a velocidade média e DIMINUEM o tempo de percurso enquanto os carros conseguem andar. Ou seja, a viagem completa fica menor, mais RÁPIDA.
Pode-se, para quem já viu alguma vez, fazer a comparação com a F1, quando um piloto que para no box três vezes vence a corrida contra vários que param apenas uma ou duas vezes… Ele vence pois sua velocidade média é maior que a dos outros.
Neste caso, a redução de acidentes com vítimas graves e fatais e atropelamentos é um efeito colateral positivo da redução de velocidade, mas não é de fato seu maior motivador. Até porque, no caso da marginal Tietê, por exemplo, parte significativa dos acidentes ocorrem por mudanças bruscas de faixa motivadas por imprudência de motoristas (educação, sempre educação) e problemas no projeto e na sinalização da via.

2. Cidadão Motorista e Passageiro | Para estes é difícil de entender e DESESPERADOR para quem está dentro do carro num momento de não congestionamento. Chega a provocar efeitos semelhantes ao da síndrome de abstinência em dependentes químicos graves… irritação, olhos parados e esbugalhados, tremor, dores de estômago e, em alguns casos, alucinações e explosões de fúria. Deve-se incluir aí a eterna sensação (permanente) de que a medida só servirá para alimentar a indústria de multas que uma sociedade cotidianamente agredida pela máquina pública como nós somos tem todo o direito de sentir. Enfim, a medida vai na mesma conta do cinto de segurança, do limite de velocidade nas estradas e das proibições de estacionar, etc, etc… Resiliência, paciência e juízo, pois a multa virá e será cara…

3. Político – eleitoral | Me parece mais uma medida MUITO MAL comunicada à sociedade, que não foi preparada ou seduzida a colaborar, e que vai na linha do “que se pague a conta eleitoral de uma vez só, já que vou pagar mesmo… ”

Uma última observação, que fiz hoje a um repórter que me pedia opinião: ficamos tanto tempo sem contemplar questões “pequenas” porém importantes, demoramos tanto para enfrentar estas questões (ou as enfrentamos equivocadamente, como no caso das marginais e do rodoanel) que o que se poderia resolver com aspirinas há vinte anos hoje temos que resolver com cirurgias…

Valter Caldana

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