Todos é muita gente

Se todos os brasileiros (oops, todos é muita gente…).

Se os brasileiros que estão gastando seu tempo precioso, aqui e alhures, em discussões sobre a situação econômica, política e ética do país colocassem com clareza suas posições seria tudo mais rápido, fácil, indolor e produtivo.

Por exemplo: que se assuma que temos uma enorme maioria entre os chamados “formadores de opinião” que apóia um novo governo formado pelos que perderam a eleição passada. E que recebe de bom grado a manobra do pmdb para se manter mais um bocadinho no poder, inclusive pagando caro para poder acompanhá-lo na ida ao palácio do planalto.

Pagando com um profundo arranhão no jogo democrático, com a colocação do Brasil na lista de Paraguai, Egito, Síria e outros países neste estágio de desenvolvimento ético e político, com a presidência da república e ainda, de brinde, uma pizza para o cunha, para escândalo do hsbc, da zelotes, dos governos estaduais e (não ligue agora, temos ainda mais um brinde!) o arrefecimento das investigações da lava a jato.

Tudo de acordo com o velho e eficientíssimo estilo “mudemos tudo para não mudar nada”.

Se fizer isso, colocando sua própria camiseta ao invés de se vestir no manto da moralidade e da ética, esta parcela estará fazendo dois grandes movimentos, importantes para o futuro do país: estará se revelando enquanto força política majoritária, legítima e hegemônica e estará deixando a moralidade e a ética livres para serem buscadas por quem nelas acredita, independente do partido, da cor da camiseta ou do fundamento ideológico.

Vale lembrar que esta maioria existe e governa o Brasil, o chamado Brasil profundo, desde o final do ciclo de presidentes militares. A novidade é a Avenida Paulista aderir a ela.

Valter Caldana

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