Chama o povo, meu povo!!!

Uma Constituinte agora “Equivaleria a aproveitar o momento radicalmente antipolítico em que nos encontramos para demolir os avanços do período mais aberto da história do país. Uma constituinte neste momento revogaria os objetivos maiores de “construir uma sociedade livre, justa e solidária” e de “erradicar a pobreza (…) e reduzir as desigualdades sociais” (Artigo 3º) que presidem a atual Carta.” André Singer (leia aqui)

Se o Brasil e os brasileiros não conseguirmos superar raciocínios binários e silogismos primários, das duas uma: ou vamos logo para a guerra civil e economizamos uns anos de amargura ou vamos terceirizar o governo e fazer uma concorrência internacional para ver quem assume a bagaça (vai ter um monte de concorrentes, certamente)…

Como não sou a favor nem de uma nem de outra, vejamos alguns silogismos ou algumas verdades que não se sustentam:

. Todos os que foram contra o impeachment de Dilma são petistas ou, pior, são a favor da corrupção petista por que sabiam quem estava lá…
. Os que foram a favor do impeachment são tucano/peemedebistas ou, pior, a favor da corrupção praticada por eles, por que sabiam quem assumiria…
. Todo artista que teve projetos aprovados pela Lei Rouanet é petista…

Enfim, coisas assim. Por isso me parece ir na mesma linha achar que convocar uma Constituinte soberana e extra congressual é atentar contra conquistas civilizatórias, sociais, econômicas e culturais históricas…

Ao contrário, estranho me parece achar que a atual legislatura ou qualquer outra que venha a ser eleita, assim como os integrantes do executivo nos vários níveis de governos atuais ou eleitos num futuro próximo estejam interessados ou tenham condições de transformar radicalmente um sistema político que os elege e os mantém, um pacto federativo que viabiliza a centralização administrativa e induz ao tráfico de influência que pauta suas atuações ou uma reforma tributária que acabe com os privilégios dos setores ou das corporações que os financiam…

Sem falar no fato de que a operação desmonte destas conquistas históricas já está em andamento, célere, e não há no horizonte nenhuma força que consiga barrá-la.
Nenhuma? Opa! Há uma sim. O povo!

Valter Caldana

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