A Eletropaulo – que é uma empresa privada prestadora de serviços – está apresentando uma conta de quase R$ 15 bilhões a serem gastos em 15 anos. E dizendo que o impacto sobre nossas contas de luz será da ordem de 5% a 10%…
No entanto, a “conta” da Eletropaulo não leva “em conta” otimizações tecnológicas nos sistemas de abertura e fechamento de valas, não leva em conta alterações na tecnologia de distribuição de energia, não leva em conta o rateio entre todas as concessionárias que hoje se servem do posteamento da cidade (e que pagam pelo uso dos mesmos) e, por fim, não leva em conta ganhos de escala.
Aparentemente, salvo outra informação mais precisa, o estudo multiplicou uma unidade (US$ 2.000.000,00 x Km gastos em experiências localizadas) pelo total de Km a serem enterrados no centro ampliado de Sampa. Algo como perguntar o preço de um sabonete e, então, fazer uma proposta pela compra da fábrica… Em NY este custo é mais ou menos a metade (parece que o o sabonete também…).
Mas, independentemente desta metodologia – já que o projeto não está pronto – vale lembrar que só na obra de “reforma” das marginais foram gastos, 3 anos atrás, R$ 2.000.000.000,00. Assim, talvez investir R$ 1 bilhão por ano pelos próximos 15 anos seja “pensável”.
O que é impensável é São Paulo não tomar o mais rapidamente possível atitudes imprescindíveis para a construção da cidade do século XXI.
Entre elas está a manutenção da Lei Cidade Limpa, o enterramento dos fios, um amplo e forte projeto de arborização e a pedestrianização (calçamento) da cidade.
Coisas simples, que dependem mais de vontade política coletiva – dita governança – do que de qualquer outra coisa.