O Jurubatuba é nascente, é rio, é vida.
A cidade quer bebê-lo. No entanto, vale lembrar que há formas de adensar sem transformar toda a região, ou toda a cidade, num grande autódromo ou num oceano de asfalto!
Esta é a questão prioritária neste momento.
Como fazer o modelo de estruturação político-administrativa, o modelo de uso, ocupação e parcelamento do solo e o modelo de desenvolvimento urbano (portanto econômico, político, social e cultural) passarem a respeitar a nossa origem poli nucleada e nossa geomorfologia e estruturação ambiental (mangues, colinas, vales, cursos d´água, flora, fauna).
Como superar o rodoviarismo, adensar os pólos regionais históricos e o centro da cidade, descentralizá-la (política e economicamente) e torná-la uma cidade de uso misto tanto funcional quanto social e cultural…
O Plano Diretor caminhou, ainda que fragilmente, nesta direção. O Zoneamento, ao contrário, se manteve fiel à tradição de ser uma Lei de regulação do mercado imobiliário e seus vícios, o que foi uma enorme perda de oportunidade.
Perda esta que se reflete neste afã por transformá-la estruturalmente (e não apenas conjunturalmente) antes mesmo de entrar em vigor e gerar efeitos.
Os olhos se voltam ao Arco Jurubatuba
Vale dizer que o Arco Jurubatuba está previsto no Plano Diretor e está sendo desenvolvido com esmero técnico há pelo menos três anos. No entanto, claro, a questão é política. Política Pública, que é sempre mais ampla que a técnica.
Ocorre que são vários “arcos” previstos no Plano: Jurubatuba, Tietê, Tamanduateí, Jacu-Pêssego e a diagonal noroeste…
Não adianta desenvolver um de cada vez. Todos são interdependentes.
Onde está o projeto de cidade?
A cidade, nesta escala, é uma só.
Valter Caldana