Vivendo e aprendendo

ou como pode um tiro sair pela culatra

Um dos grandes aprendizados desta eleição será buscar entender como o eleitorado do bolso, que deve ser fortemente anti chaves por princípio, não percebe a profunda semelhança na trajetória e entre os dois personagens…
Ambos militares, ambos carismáticos, ambos populares, bons comunicadores com acesso fácil às emoções coletivas, ambos pregando um discurso de redenção individual e de destruição do status quo – vamos acabar com tudo isto que está aí…

Mas tem mais semelhanças, mais importantes… ambos possuem grande sensibilidade para auscultar e reproduzir sínteses ocas mas que tocam profundamente nossas frustrações, ambos são mais intuitivos que racionais, aliás tão mais intuitivos que chega-se a duvidar da sua racionalidade, ambos parlapatões e falastrões (como disse o Rei de Espanha, por que não te calas?), ambos nacionalistas exacerbados, ambos machistas, anti-gays e populistas.

A grande diferença entre ambos é que Chaves se serviu de um discurso dito ‘popular’ e Bolso, neste momento (ao contrário donque fez em 28 anos de carreira) assumiu um discurso ‘de mercado’. Mas ainda assim completamente intuitivo.

Pois bem, teremos todos que entender, eleitores ou não do Jair, ou do Messias, o que leva a este desvio de visão tão acentuado, uma verdadeira inversão de valores. O que leva pessoas críticas e interessadas a votar exatamente no candidato que mais perto chega daquilo que combatem…

Sobretudo numa eleição que oferece para eleitores anti bolivarianos ou anti socialistas ou anti esquerda ao menos quatro possibilidades de bom nível que são Alvaro, Meirelles, Amoedo e Alkimin… numa lista que poderia até ter a Marina.

Enfim… toda eleição é um grande aprendizado, que tem a vantagem de apresentar seus efeitos velozmente pois, seja qual for seu resultado, a conta chega rápido e vai no rachide, a gente racha a conta por igual.

Valter Caldana
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