ou como o antigo volta como sofrível contrafação
São Paulo é uma operação casada.
Gosto de lembrar isto aos meus amigos liberais e aos meus amigos estatistas.
Uma operação casada entre os que aqui chegaram e os que aqui estavam. Entre os que daqui fizeram seu abrigo e suas mazelas. Entre os que a fizeram terra de ninguém e os que dela fazem terra nossa.
É uma operação casada entre o poder público e a iniciativa privada.
Desde a usina de Henry Borden passando pelos bondes, pela energia elétrica, pelo viaduto do Chá e pelos bairros acolhedores do segundo cinturão com seus sobradinhos construídos pelo pequeno investidor, pelo capital pulverizado, boa parte de São Paulo foi feita pela iniciativa privada, nacional e internacional. Com risco. Muito risco.
Quero lembrar aqui alguns exemplos e deixar uma pergunta.
Aeroporto de Congonhas, Autódromo de Interlagos, Parque Anhembi, e tantos outros….
A pergunta: onde foi parar a empreendedora parceria (ainda que com enormes vicissitudes) entre o poder público e a iniciativa privada PPP, que funcionara tão bem e nos trouxe pujantes até a década de 1980/90?
Em que momento a iniciativa privada deixou de correr riscos e empreender para chegar ao ponto de hoje apenas se contentar em fazer, mal, o que se lhe encomenda ou em comprar, a preço de banana, aquilo que ela mesma um dia empreendeu e não deu conta de manter?
Valter Caldana