O Ibira se foi…

Ah… São Paulo…

Como uma das cidades mais empreendedoras do planeta pode ter se tornado um ser acometido por esta depressão profunda?
Como esta cidade chegou ao ponto de assistir inerte, impassível, calada a mais este descalabro?
Como é possível a inapetência chegar ao ponto do atentado contra a própria existência?

O Ibirapuera é um símbolo.
Foi o símbolo de nossa capacidade, de nossa esperança, de nossa poesia e de nossos desejos e confiança no futuro em construção.

Hoje é o símbolo de uma cidade que se desfaz, que se liquefaz, que se esvai em suas mais elementares posturas de sobrevivência diante das dificuldades. Em sua repulsa ao desenvolvimento, em sua atitude de reação à sensatez e às obviedades das transformações por que passa o mundo. Se esvai em seu prazer de dormir com seus algozes.

Talvez a cidade devesse pegar de Estocolmo algo mais do que a síndrome.

Valter Caldana

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