ou como a incapacidade cognitiva e
a má vontade de aprender
são letais para os vivos
Há nem mesmo um mês a Rede Nossa São Paulo divulgou no mapa da desigualdade que praticamente 80% da cidade não possui equipamentos culturais e de lazer públicos acessíveis, sobretudo aos jovens.
Os governos cortam e contingenciam fortemente verbas para cultura, considerando-a sempre ação perfunctória e desnecessária. Desperdício.
Segundo o governo do estado, a rede física escolar encontra-se ociosa (!!!???), com salas de aula vazias, o que justificaria o fechamento de salas e escolas (que mais se parecem presídios, tal a quantidade de grades de ferro e trancas). Ao mesmo tempo os programas de educação e ensino em tempo integral não prosperam, são ínfimos, e programas como o escola da família e escola aberta são suprimidos. Monitores são dispensados.
Nove jovens, entre eles uma criança, morrem em circunstâncias inexplicáveis em uma também mal explicada ação policial durante uma atividade cultural e de lazer pública em um bairro pobre da cidade.
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A incapacidade de cognição reinante é tamanha que não há a menor chance destas quatro assertivas serem relacionadas entre si e o gosto de sangue na boca da sociedade é tanto que a discussão que se coloca, a começar pela fala do comandante da tropa, o governador, é toda voltada para questões de segurança e repressão.
Falar o quê? Discutir o quê? Fazer o quê?
Valter Caldana