Meus vários amigos historiados estão aparvalhados e apalermados com o veto do presidente à regulamentação da profissão de historiador… Confesso que nem sabia que não era reconhecida e comungo o espanto e revolta com a decisão.
Nos chama a atenção o ódio à história e aos historiadores deste governo e de seus eleitores por ação ou omissão…
Me chama a atenção, sobretudo, o fato de que os nossos atuais militares detentores do poder são tão diferentes dos anteriores que nem mesmo o gosto pela história (ainda que conservadora e personalista) que poderia aproximar, tão próprio dos quartéis e da caserna, eles tem…
Os mestres deles, vale lembrar, recuperaram e incensaram muitas figuras históricas como Pedro I, por exemplo, e se serviram fortemente do sesquicentenário da independência para inclusive se aproximar e se legitimar junto à sociedade,.
Os atuais, mesmo às portas do bi centenário, tão importante, não fazem nada, atacam os historiadores e a história e ficam na ciranda de seus interesses.
Só para entender o que pensa de nós quem está no poder, e o quanto vale nossa auto estima, os que puderem se lembrem do que foi a comemoração do bicentenário em 1976 e a nossa, agora…
Seja como for, é preciso considerar que a Lei tenha esbarrado em um problema de origem, pois algumas destas iniciativas, que envolvam a criação de despesas, não podem ter origem no legislativo.
No entanto, caberia um retorno do executivo e não um veto simples.
É preciso considerar que a Lei tenha esbarrado em um problema de origem, pois algumas destas iniciativas, que envolvam a criação de despesas, não podem ter origem no legislativo.
No entanto, caberia um retorno do executivo e não um veto simples.
Sobre os historiadores, o CAU, o CREA e outros conselhos.
Continuando o post anterior, é claro que a não regulamentação da profissão de historiador tem uma carga simbólica específica, mas é bom lembrar que ela é, sobretudo, de caráter ideológico.
Já não é de hoje, para ser franco desde que caiu a trabalhista Dilma e assumiu o liberal temer que venho alertando que a regulamentação, ou a desregulamentação, das profissões está na agenda.
Os nossos liberais no poder são ideologicamente radicais e basilares e se colocam contra todas as regulações e regulamentações. Em especial àquelas que signifiquem qualquer tipo de entrave à atividades econômicas de qualquer natureza.
Veja a orgulhosa defesa da implosão do INMetro feita pelo presidente na televisão, a ação demolidora no IBAMA ou no IPHAN, para ficar nos mais emblemáticos…
Pois que se cuidem os engenheiros e arquitetos. A regulamentação da profissão está na pauta e na agenda. A reserva de mercado, sobretudo internacional, de que desfrutamos é encarada por eles como um entrave brutal a novos negócios, em especial em urbanização, patrimônio e infra-estrutura, com seus contratos bilionários.
É encarada por eles, donos do poder, como entrave, e pelos profissionais, que não enrendem sua dimensão e amplitude, como estorvo.
É a combinação necessária para a tempestade perfeita.
Valter Caldana