SER

No dia em que eu deixar de ser capaz de sentir a miséria de um miserável porque não sou, a fome de um faminto porque não sou, a humilhação de um preto porque não sou, o pavor de uma mulher porque não sou, a impotência de um explorado porque sou pouco, a solidão de um velho porque quase sou, a ansiedade e a angústia de um jovem porque já fui, eu simplesmente já não serei.
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Aliás, a este conjunto de sentimentos a língua portuguesa deu um nome. Tão lindo e em desuso quanto o próprio sentimento.

Valter Caldana

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