7 de setembro e o mar de lama sob o catete

Olha…
Ninguém é mais Policarpo Quaresma do que eu e, portanto, se revolta mais com a utilização da Petrobrás para qualquer outra coisa que não seja contribuir para o desenvovimento e a independência do Brasil.
No entanto, esta conversa de denunciar o “mar de lama sob o catete” nos momentos pré-eleitorais, para mim, sempre cheira a diversionismo, com uma boa pitada de tiro no pé.
Encher o peito e dizer que não é corrupto, que vai combater a corrupção e ouvir como resposta o coro da massa dizendo que “não voto em corrupto, livrai-nos deste mal!” é bem comum nestas paragens abaixo do equador, desde meados do século XIX (estou, no 7 de setembro, me referindo apenas ao período pós independência de Portugal).
Esta conversa justificou a mobilização (?) das massas (??!!) da derrubada de Pedro I à eleição e queda de collor, passando pela morte de Getúlio, a tentativa de golpe contra JK, a eleição e queda de Jânio, a derrubada de Jango e, claro, o golpe de 64…
O que quero é saber o que fazemos, o que fizemos e o que fizeram com os sete mares de lama sob TODOS os palácios brasileiros ENTRE as eleições, não na véspera das eleições. O que vale é saber como o tema foi tratado por este ou aquele grupo no entre eleições, nos seus hoje (graças a muita luta nossa) breves interregnos no poder.
Não quero saber o que vão fazer, pois com relação a este tema só há um caminho aceitável, portanto não há o que discutir. É impedir e, não conseguindo impedir, colocar na cadeia os corruptos e recuperar o produto do roubo.
Não me consta que um candidato vá declarar em rede nacional, que será corrupto ou leniente, conivente ou cúmplice com a corrupção. Portanto, não vamos perder tempo com isso. Mas me consta que com nossa estrutura política apodrecida o eleito continuará governando sob seu véu (diáfano) e, pior, sob seu manto (ou edredom, mais atual) bastante obscuro.
Nas eleições o que quero saber é: excluído este debate e excluída a religiosidade deste ou daquela (ambos debates que, quando rasteiros e oportunistas como o são nestes períodos, se restringem ao campo da moral e não da Ética), o que sobra?
Sobram as propostas para o Brasil, e sobram os projetos de futuro para o país e nossa sociedade: desenvolvimento, crédito, independência política e financeira, segurança social, oportunidades, saúde, EDUCAÇÃO, muita educação, pacto federativo, distribuição de recursos, qualidade de vida, agronegócio, segurança alimentar, urbanidade, urbanização…
E, aí, continuo vendo só duas posições, e ambas bem fraquinhas.
CONSTITUINTE JÁ!
Independência ou Morte!

Valter Caldana

This entry was posted in cotidiano and tagged , , , . Bookmark the permalink.