Aos meus amigos que estão revoltados com a fala do presidente (que não vi, estava dando aula) tenho um recado…
Pelo que li nos jornais, inclusive parte da transcrição, não ffoi a fala de um louco, alienado ou ignorante.
Ao contrário, do ponto de vista estratégico, daqui para frente, aconteça o que acontecer, ele só ganha.
Ganha ou ganha.
Ganha se a epidemia não for tão forte (pois poderá dizer que ela não era forte, como ele havia avisado) e ganha se ela piorar, pois poderá dizer que ela ia piorar de qualquer jeito e a quarentena forçada não ajudou em nada mas quebrou o país.
Miolos fervidos?
Valter Caldana
A única política pública brasileira realmente estruturada é a de saúde. O SUS é seu instrumento privilegiado e sua face visível.
Por isso é a mais resistente e mais resiliente. Porém, torpedeada a não mais poder nos últimos anos, vamos ver se resiste a está provação incalculável.
Estejam certos os expansionistas ou os isolacionista, o fato é que cada morte evitada no Brasil se deverá a esta política. Que tem nomes e sobrenomes na sua formulação.
Conheço alguns, por já ter estudado o assunto… Gonçalo Vecina, David Capistrano Filho e suas equipes. É preciso citar o Serra também, e o Dr. Adib Jatene. Claro, está lista é muitíssimo maior.
Porém, infelizmente o fato é que não temos maturidade nem empatia ou misericórdia na sociedade nem para o Bolsa Família, considerado pela folgada maioria dos eleitores brasileiros uma fábrica de delinquentes e um alimentador de vagabundos, que dirá termos maturidade e interesse real em políticas públicas eficientes, abrangentes e profundas.
Ouso uma resposta não muito simpática à indagação seminal da coluna do Antonio Prata na Folha de hoje, que está muito boa apesar de um pouco atrasada…
“PANDEMIA DA IMBECILIDADE
Em que momento, exatamente, decidimos globalmente que ser legal não era legal?”
Não decidimos. Os legais continuam legais.
Mas perderam a importância, a hegemonia e o poder no exato instante em que deixaram de perceber que não adianta ser legal só com quem é legal.
Valter Caldana
Ainda estamos na segunda quinzena de março e, numa retrospectiva rápida, este já é um dos três piores anos da minha vida…
A boa notícia: como ainda é março, dá tempo de melhorar.
A má notícia: o nível de perdas é tamanho e tão variado que não tenho a menor esperança numa reação.
Quem sabe daqui a dois meses eu inverta a ordem das duas frases finais.
Valter Caldana