CIDADE LA

O asfalto eleitoral é uma tradição na política brasileira e quase uma religião na política paulistana.
Por outro lado, eu não saberia dizer quantos km de ruas sem calçamento para pedestres ainda temos em São Paulo. Mas sei que ainda existe muita gente que precisa sair com dois sapatos de casa.
Não saberia dizer, tampouco, quantos km de ruas sem calçamento no leito carroçável ainda temos, mas são possivelmente muitos.
Sendo assim, a troco de quê a prefeitura vai asfaltar ruas de paralelepípedo em plena Vila Madalena???
Sugestão, que me parece contemplar tanto a tradição política do asfalto eleitoral quanto a real necessidade da população.
Façam obras de arruamento (e se querem piche, usem…)

onde não há. Aí tirem fotos e coloquem cartazes enormes nas ruas da Vila Madalena com estas fotos e os dizeres…
“Com o dinheiro do asfalto daqui, estamos fazendo calçadas lá! Com isso, mantemos um mínimo de permeabilidade aqui, e melhoramos a cidade lá!”

Valter Caldana

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CÉU

Se compararmos a energia dos eventos e a amplitude, criatividade e mesmo profundidade das propostas oriundas das I Conferências Municipais das Cidades com as atuais, pode surgir nos mais velhos, como eu, que estiveram na organização da primeira e da segunda, uma certa melancolia.
Mas, não. Não vale a pena sucumbir a este sentimento. Vale mais é trabalhar ainda mais, e muito, agora usando o privilégio da experiência pessoal, para conhecer, entender, explicar e se posicionar sobre este percurso, este fenômeno.
VIVA A CIDADE
VIVA CIDADE
VIVACIDADE
Se constrói e se conquista, não se ganha nem cai do céu.

Valter Caldana

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SHOW DA VIDA

A trapalhada é tamanha que, na verdade, talvez pudessem resolver o problema com um parecer técnico jurídico indicando que não houve mudança e como se tratava de uma revisão da Lei, o que não muda não precisa ser votado, pois permanece.
No máximo um acordo de lideranças, uma consulta ao MP e uma votação simbólica em plenário. No máximo…
Mas, como claramente não foi uma revisão, pois o processo foi todo o tempo encarado como uma lei nova, também pela oposição, desde o PDE, sim, tem que votar.
E votar significa voltar à estaca zero.
Comeu bola o MP lá atrás…
Comeu bola o corpo técnico da CM agora.
Será??
Ou será apenas mais um pouco de adubo na horta onde floresce o mito da cidade não planejada e mal gerida?
Agora é ver o que os edis que ainda tem pretensões vão fazer… e como os movimentos sociais sobretudo dos bairros destruídos vão se mobilizar.
Alguém vai, finalmente, falar em capacidade de suporte?
E sigamos, com este ar de programa de domingo 19h00, sempre antes do show da vida.
Valter Caldana
https://www.metropoles.com/sao-paulo/erros-votar-zoneamento-de-novo

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FARRA DO BOI

Cada vez que recebo um anúncio de lançamento de prédio, em especial no centro, que anuncia como apelo de venda as maravilhas e vantagens da ‘praça elevada’, me dá um pequeno nó na boca do estômago e penso: mais um a negar e renegar a cidade, a vida urbana.
Mais um a relegar a cidade a um papel secundário e à função de esgoto da vida em sociedade.
Mais uma espetada, pontiaguda e afiada, na cidade moribunda, convulsiva e agonizante.
Como na farra do boi.

Valter Caldana

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FOCO SENSATEZ E DECISÃO

Outro dia fiz um post aqui reclamando dos ‘sobrenomes qualificadores’ que são dados à arquitetura e, agora mais comumente, ao urbanismo.
O dos últimos dias é CIDADE ESPONJA, que mais parece nome de disaster movie das décadas de 1970/80.
Fico imaginando uma cidade esponja crescendo, se espalhando incontrolável pelos campos, com suas faces alternando entre o verde áspero e o amarelo encharcado e fedorento, absorvendo tudo o que encontra pela frente em seu caminho.
Aí retorno à leitura e percebo que é uma cidade que se preocupa em sua construção cotidiana com a macro drenagem.
Então me lembro que talvez um bom e atualíssimo exemplo em São Paulo seja o projeto do Saturnino para o Tietê, em especial a lagos de compensação onde hoje temos o shopping norte, a rodoviária, etc… o projeto tem mais ou menos uns 90 anos.
O que demonstra, ao menos empiricamente, que nosso problema não é de nomenclatura.
É de foco, sensatez e decisão.

Valter Caldana

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