A PEGADA DA ZONA

O sistema de cobrança de vagas rotativas nas ruas de São Paulo é a cara do Brasil…
Não bastasse a privatização da rua ter sido feita por cada e não pelo serviço, e por um prazo longuíssimo, num país onde tanto a extrema direita quanto a centro esquerda arrumam enrosco com meio mundo por questões ambientais, a fiscalização do uso das vagas é feito por carros circulando 12 horas por dia, poluindo a cidade e gastando combustível.
A pergunta é: qual a pegada da zona?

Valter Caldana

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O RESTO

Enquanto a discussão em torno dos bairros consolidados e superequipados continuar girando em torno da altura dos edifícios nada, nada mesmo, vai avançar.
A cidade invisível vai continuar invisível, a cidade esquecida vai continuar esquecida. E a cidade perversa e artificialmente cara vai continuar cada vez mais cara.
A qualidade de vida cada vez mais distante, o combate à produção estrutural de desigualdade e segregação vai continuar sendo um discurso e, pasme, ainda haverá quem diga que a cidade cresce sem planejamento e que o marco regulatório, PDE à frente, não serve para nada.
Ora pois, direi ouvir estrelas…
Serve no minimo para legitimar a ação.
Como agora por exemplo.
Se está discutindo os efeitos do Plano Diretor e do Zoneamento como se estes efeitos ainda estivessem por vir!! Risos…
Não! O que se está fazendo é dar suporte normativo ao que já esta feito.
O resto, bem, o resto continua o resto.
….
PS. Só lembrando, o problema da cidade, assim como no minhocão, não está nas alturas.
Está no chão, onde a vida acontece.

Valter Caldana

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DOS BÃO

O desconhecimento da questão urbana e do direito à cidade no Brasil é tanto, é tamanho, que mesmo pessoas muito próximas das agendas urbanas e ambientais contemporâneas ainda veem a existência de Habitação de Interesse Social (que prefiro chamar de habitação de interesse da sociedade) e de Habitação de Mercado Popular em bairros consolidados e superequipados como o Itaim como uma punição.
Ou seja, a punição por uma construtora ter feito um prédio enorme e de alto luxo fora da Lei não é colocá-lo dentro da Lei, é transferi-lo para HIS… HIS é punição??
Calma lá pessoal. A diversidade, inclusive e sobretudo a diversidade socioeconômica é vital para uma cidade saudável! Colocar HIS e HMP em bairros centrais superequipados não á punição, não é castigo. É remédio!!!
E dos bão!!!!

Valter Caldana

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GIRO GIRA

Enquanto um jornalão se esforça e faz uma enorme ginástica para defender o novo PDE, o outro volta suas baterias contra as ZER, zonas exclusivamente residenciais…
É interessante perceber que os habitantes destas áreas da cidade atingidas e desmontadas pelo novo PDE vão ficando cada vez mais isolados.
E abandonados pelos agentes políticos que julgavam serem os defensores de seus interesses e privilégios.
Se foi triste acompanhar a tramitação do novo Plano, e foi, vai ser divertido acompanhar o Zoneamento e emocionante acompanhar as eleições.
Será que a classe media abandonada vai abrir suas portas para a dura realidade, agora que descobriu que quem invadiu o quintal dela não foram os pobres do Guilherme, muito pelo contrário?
Será Boulos o candidato majoritário no Alto de Pinheiros em 2024?
Giro, o mundo gira.

Valter Caldana

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/07/bairros-ricos-concentram-blindagem-contra-verticalizacao-em-eixos-de-transporte-em-sp.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa&fbclid=IwY2xjawLsqRZleHRuA2FlbQIxMQABHuzWnYkGKZ6mg3oTnhlwrUsxKgM6uC6rRcYNCGMlZI53_DeDIG9ZikNlrVhW_aem_FghN3z7WmPa6SMTNjjvlIg

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APESAR

Publiquei aqui ontem que São Paulo são várias.
E disse que uma delas está se suicidando.
Faltou apenas dizer que a que está se suicidando está tentando fazê-lo tomando uma overdose do famoso coquetel Plano Diretor + Lei de Zoneamento + Falta de coragem e imaginação.
Sim, há uma São Paulo que não está em risco por causa do PDE. É a São Paulo, também real e muito maior que a do PDE que o plano simplesmente ignora, que o ‘mercado este vilao’ despreza, que os traídos de plantão desconhecem. Aliás, desde 2014 alertamos para isso. Há uma cidade, cidades, que estão de fora do PDE, dos marcos regulatórios, de tudo.
Esta, ao contrário, está em risco permanente. E se reinventa cotidianamente, apesar.
Mas, também falo isso há tempos, é dela que virá a ‘salvação’ da São Paulo econômica e politicamente hegemônica e deprimida.
Ah! Lá vem o mito do bom pobre.
Não!! É muito mais simples: a energia necessária para a sobrevivência é a energia que fez São Paulo no século XX. E fará no XXI.
Apesar, sempre apesar.

Valter Caldana

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