MARCHA CONTRAMARCHA SENSO CONTRASSENSO

A trajetória do Ministério do Interior que se transformou em Cidades e depois foi para a Infraestrutura e agora volta a ser Cidades mostra de forma tão clara e inconteste a incompreensão da complexidade do fenômeno urbano por parte de nossos políticos, mesmo num país com taxa de urbanização da população batendo em 90% (o que é recorde mundial para países pródigos em território) que chega a assustar.
No caso da centro-esquerda social democrata cristã, então, é um contrassenso, que já custou bem caro em passado recentíssimo.

Valter Caldana

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PREFERÊNCIAS

O mundo, e o Brasil faz parte dele, desde o Renascimento vive sob a égide de algumas ditaduras corporativas…
Por aqui, as mais visíveis e famosas são, em ordem cronológica, a corporação dos operadores do direito, advogados à frente, depois vieram os técnicos/tecnocratas, engenheiros à frente, em seguida os economistas e, mais recentemente, os marketing advisors, ou simplesmente “o pessoal do marketing’.
Estes últimos, economistas e o pessoal do marketing, criaram um personagem, bastante ativo, onipresente e onisciente, através do qual se comunicam com a sociedade, que chamaram de Mercado. Repaginaram um conceito antigo, muito antigo e lhe deram vida. Ainda que abstrata, esta persona é ativa, voraz e severa…
Assim sendo, aprendemos que as ações de governo, e do próprio Estado, devem se condicionar aos interesses do Mercado. Que pauta e avalia estas ações exteriorizando sinais que são lidos pelos especialistas … em Mercado!… e que traduzem para o governos (e para a sociedade) seus humores indicativos.
Ou seja, os governos e o Estado deixam de formular políticas e planos, de longo e médio prazos, para se aterem a programas e ações de curto e curtíssimo prazos, que vão evoluindo e variando de acordo com os tais humores.
A prioridade para os governos é se preocupar com o Mercado e seu bem estar através da leitura de suas reações. E a sociedade passa a utilizá-las, inclusive, para fazer as suas escolhas quanto à qualidade dos governos de plantão e sua efetividade.
Bem, a pergunta é, e não está diretamente relacionada ao governo federal que assumiu ontem: já que nos últimos vinte e cinco anos, ou mais, o país se preocupou prioritariamente com o Mercado, existe alguma possibilidade do Mercado, hora destas, passar a se preocupar com o país?
É pouco provável, eu sei, pois o Mercado é volátil e tansnacional, elevando ao máximo a antiga máxima de que dinheiro não tem pátria.
Mas, vale lembrar, não obstante, tem preferências!
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em tempo: obrigado a quem leu o texto todo. Agora preciso sair e ir ao mercado, pois depois das festas a geladeira está vazia…

Valter Caldana

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SABER LER

Os dois últimos militares que ocuparam a presidência da república não passaram a faixa a seus sucessores. As leituras óticas e semióticas, dialéticas e cartesianas deste gesto explicam muito profundamente a história do Brasil. Muito mesmo. E apontam vários indícios de sua continuidade. Espero que haja bons leitores no novo governo. Afinal, uma boa leitura é tudo!

Valter Caldana

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AO PLANO O QUE É DO PLANO

Entre boas e más soluções, política é assim.
Para o populacho, o vulgo, eu, enfim, Tebet no planejamento parece ser má ideia. Bem ruinzinha mesmo. Ela está ávida por ‘entregar’ serviço. O que é bom, é ótimo! Ou seja, parece que teremos a coisa boa no lugar errado. Mas, vai saber, não é?
Me parece que comandar o planejamento de um país demanda visão de longo prazo, de médio prazo e, de fato, bem pouca visão ou obrigações de curto prazo.
Demanda espírito público e criatividade. Demanda boas equipes, demanda liberdade de pensamento e enorme capacidade de ouvir. Para que se possa ouvir ótimas, boas, más e péssimas ideias. Demanda uma cultura geral enorme, conhecer muita História geral e do Brasil, assim como enorme tem que ser sua capacidade de ligar ‘lé com cré’. Passado, presente e futuro.
Eh preciso ter a capacidade de formular políticas e fazer PLANOS, não programas de ação. Para estes, os programas, os projetos e as ações, existe um monte de ministérios e secretarias.
Como a última ditadura nos tem espreitado, e os fantasmas dos modelos de gestão usados por ela continuam rondando armários e ministérios Brasília afora, citei outro dia Mário Andreazza.
Vou citar aqui, agora, então, um outro nome, em campo ideológico similar mas operacional oposto: J.P. dos Reis Velloso. Que, a seu modo, na sua posição no espectro político, soube entregar, ao plano, o que é do plano.

Valter Caldana

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FANTASMA DO NATAL

A demora, a disputa, as idas e vindas e os nomes cogitados em torno do ministério são uma demonstração da importância dada ao cofre, não ao tema. Ao contrário, são a prova cabal de que até hoje não entenderam nada…
Bom Natal, pois nas próximas horas o bom velhinho vai ser mais velhinho e bem bonzinho com alguém.
O fantasma da cidade brincando de Fantasma do Natal.

Valter Caldana

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