ETERNA

De dois desafios de que ouço falar desde criança parece que estamos superando um.
Sabíamos há meio século que deveríamos enfrentar o desafio do acúmulo e estoque da energia elétrica produzida nas hidro e o desafio de diversificar a matriz.
O segundo, a diversificação, está bem encaminhado apesar de dois tiros no pé.
A regulamentação complicadora advinda da visão monopolista do modelo de privatização adotado, primeiro tiro, e o fato de que boa parte da tecnologia para a produção da energia limpa é importada, segundo tiro, este fatal.
Ou seja, não fizemos, como parte de nossos antepassados fizeram com o petróleo, a campanha do “o sol é nosso” ou “o vento é nosso”, ainda que sejam. Aliás, quem ousou falar em vento ou virou pilar da literatura universal ou caiu…
Para a superação deste desafio, e sobretudo do primeiro, o estoque, vale lembrar que como foi feito com o petróleo, nosso maior caso de sucesso como politica pública, toda a base da superação de desafios está no maciço investimento em pesquisa e produção de conhecimento.
Esta sim a fonte de energia renovável e eterna.

Valter Caldana

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ARIGATÔ

Na linha do
“Jamais perderemos uma oportunidade de perder uma oportunidade!!”
aí vem mais uma. Falei aqui há meses, postei até filminho.
Este prolongamento da marginal Pinheiros ladeando a margem, sufocando o rio, como foi feito na década de 1960, há sessenta anos!!! é duro… Fora as alças e viadutos.
Por um lado, agora que é praticamente irreversível, lá vem abaixo assinado, denúncia, protestos, etc… Enfim, antes tarde do que mais tarde. Mas que isto está ficando chato, está.
Por outro lado, ou nossos políticos profissionais, governantes e candidatos aprendem, de uma vez por todas, que remédio vencido mata e param de fazer concessão para soluções simplistas e anacrônicas, ou de interesse corporativo, setorial e limitado (típicos do século passado, beeeemmmm distante), ou vão enterrar de vez o futuro da cidade.
E o dos seus filhos e netos que aqui viverão.
E o deles também!!!
Esta postura que a prefeitura de São Paulo adotou nos últimos trinta anos de tentar pensar como uma empresa colocou a cidade nesta situação, nesta crise.
Deu espaço para o crescimento do “Extrativismo Urbano” desvairado e para a instalação do “Apagão Urbanístico”.
A prefeitura não tem que pensar como uma empresa. A prefeitura não é uma empresa. A prefeitura tem que pensar como poder público. Quem tem que pensar como empresa são as … empresas!!!
Para que haja PPPs eficazes, a parceria tem que ser entre a mentalidade Pública e a mentalidade Privada. Não adianta fazer pareceria Privado Privado, como outrora pouco adiantou fazer parcerias Público Público.
A “janela de oportunidade” como se dizia há alguns meses (a expressão caiu em desuso, tão rápido quanto algumas soluções que tem sido adotadas por aqui) para que São Paulo venha para o século XXI está acabando. Na verdade já acabou.
Agora vai ser na base do sangue, suor e lágrima.
Mas, afinal, quando não foi, não é paulistanos de todo o mundo?
Xi gaetaninho…
É nóis!
A janela fechô, nós abre a porrrrta.
Óxente.
Arigatô!
Valter Caldana
https://www.estadao.com.br/sao-paulo/como-esta-o-plano-de-prolongar-a-marginal-pinheiros-por-que-obra-de-r-17-bi-tem-abaixo-assinado/?utm_source=estadao%3Afacebook&utm_medium=link&fbclid=IwY2xjawLmDC9leHRuA2FlbQIxMQABHrmKg3stijmMYUUIja1Iif3h8nb2nOW9hLRzaA0EDVJu89KcBNhJw0EIjvCM_aem_wse6NFbXy4OPxpwq9RP7IA

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DO MINGAU AO BREAK FAST

A tragédia engenheirada de uma sociedade ajoelhada
O que foi um forte traço cultural de uma nascente sociedade aberta, generosa, miscigena e sincrética, a sua capacidade de incorporação produtiva de seus contatos exteriores, se tornou, por mal cuidado que foi por tantos e violentado por não poucos, a porta de entrada da submissão e o ralo escoadouro da autoestima.
Do spazio gourmet ao budget estourado, vai ser difícil manter a linha fit na smart city desvairada.
Minha pátria, minha língua.

Valter Caldana

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OUVIR ACREDITAR AGIR

Muitas vezes comparo a ação do arquiteto e urbanista à do médico que passou décadas dizendo que fumar acelera a morte.
O que lhes era sabido e óbvio era solenemente ignorado e, pior, contrariado pela sociedade. Até que um dia se alteram as condições gerais, se altera a correlação de forças, inclusive econômicas, que regem os grandes movimentos e os ouvidos se abrem. A centelha da cognição se faz presente e estruturas se alteram.
Posso passar o resto do dia citando aqui exemplos de problemas econômicos, políticos, sociais e culturais graves alertados pela nossa área de conhecimento.
Alguns mais escandalosos, como Maceió ou a ocupação das áreas de risco ao longo do litoral brasileiro… Outros menos rumorosos mas não menos como o minhocão em São Paulo, o túnel do Guarujá ou o novo PDE + Zoneamento da cidade.
O fato é que a surdez seletiva dos atingidos não pode ser, por uma questão ética, motivo para esmorecimento ou para que se deixe de lado os estudos atentos e aprofundados e os alertas.
O caso do centro de Salvador é um entre centenas em que a arquitetura e urbanismo explicitou com clareza a estrutura distorcida e parcial do que se estava fazendo e avisou, mais do que ao tempo e à hora, suas consequências.
Trinta e dois anos depois, a coisa continua. E avança. Mas, ser notícia de jornal, ainda que de elite e pouca circulação é bom sinal. Mais uma camada da bolha está furada.
Mais gente vai ouvir. E, com o tempo, poderá se dar a concretização da diferença entre ouvir, acreditar e agir.
Vai um cigarrinho aí?

Valter Caldana

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MATAR A MÃE

O liberalismo brasileiro.
De Estado, sem risco e meio suicida.
Estou assistindo um bom programa na TV Câmara sobre mobilidade urbana e lendo os jornais do dia.
Entre “o governo tem que financiar calçadas, tem que financiar transporte, tem que pagar ponto de ônibus até o novo programa de financiamento da indústria, do agro, do mercado financeiro, salvar a Gol e, de quebra, dar uma ajudinha para a Latam, e ainda pagar os ‘prejuízos’ das empresas que compraram as ferrovias e o metrô (com boa parte de dinheiro ou fiança públicos) contei mais de 20 fontes de despesa e dependência do Estado em poucos minutos.
Este mesmo Estado que jornalões e políticos insistem em dizer que tem que ser mínimo e desmontado e os eleitores tem confirmado.
Volto sempre à mesma pergunta.
Como o Estado mínimo vai financiar tantos dependentes? Do que esta turma vai viver?
Será que não seria mais lógico primeiro desmamar para só depois matar a mãe?
PS. – o Benny da UnB deu um show no programa da TV Câmara.

Valter Caldana

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